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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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West Side Story: Amor com Barreiras

Hugo Gomes, 03.12.21

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Saí da mesma forma como entrei na sessão – uma nova versão de “West Side Story”, nestes tempos de outras solicitações é absolutamente desnecessária.
 
O filme de 1961 com direção a meias de Robert Wise e de Jerome Robbins, baseado no homónimo sucesso da Broadway, nunca desprezando as suas escolhas estéticas e técnicas, é um produto vincado da sua era que ousou "falar" para audiências diversificadas, temáticas sociais mascaradas de escapismos românticos. Só que Spielberg, que procura no coração deste musical um cinema crente que não existe mais, transforma uma produção outrora pioneira numa coleção de tendências e discursos ocos. O seu “West Side Story” poderá estar a léguas do desastre que eu próprio sentenciava, há genica na sua condução e um trabalho hercúleo em montar um biótopo consistente (no fundo, o que é secundário tende "proteger" os fatores primários), mas é de fulgor digno de antiquário, não respira, nem mesmo o central casal romântico parece já não ter mais força para se vingar num mundo tão cínico e anti-ingénuo como este que presenciamos.