1, 2, 3 ... Já cá estou outra vez!
Estou de regresso ao Júri da 3ª edição dos Prémios Curtas! As submissões continuam abertas até ao final deste ano através da plataforma FilmFreeway.
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Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...
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Foto.: Ana Baião
À porta do Doclisboa, discutia-se uma entrevista com Paula Astorga, a nova diretora do Festival de Documentário, ao site C7nema, na qual se destacava o evento como o [sublinhe-se] Festival de Cinema, em oposição ao Tribeca, a acontecer ali ao “lado”, e partilhando datas: “uma centelha, algo efémero e pouco transcendente”. Revoltado com tal afirmação, o meu “cúmplice” de "crimes" e de filmes, apelava à coexistência desses dois mundos nesta nossa conversa, coisa com a qual não pude deixar de concordar, embora não resistisse a criticar aquilo que se pretende vender como o nosso Tribeca.
Tribeca, o festival nova-iorquino, é uma "coisa", a extensão lisboeta na costa do Beato é outra bem diferente, um sintoma do que, lamentavelmente, parece ser o nosso desporto nacional: exaltar o provincianismo. Sob a bênção do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e da SIC / OPTO, com um “vaqueiro de prata” para exibir às visitas, o Tribeca Lisboa foi tudo menos um festival dedicado ao cinema. Aliás, de Cinema tinha pouco ou nada, e o que tinha parecia querer esconder debaixo do tapete como se fosse um embaraço. Talvez seja por isso que a palavra "Cinema" surgiu em terceiro lugar no cartaz, depois de "Cultura Pop" e "Talks". Porque, na verdade, este Tribeca importado chega-nos como um empreendedorismo quais-turistico, e apertos de mão e negócios com o seu quê de solarengo alfacinha, uma condição confirmada pela atenção mediática - com Robert De Niro, Chazz Palminteri, Griffith Dune, Patty Jenkins e Whoopi Goldberg a dividir o palco com as caras conhecidas da nossa praça, mas, mais uma vez, com pouco ou nada de cinema para partilhar com os nossos.
Infelizmente, mesmo nessa troca de fluídos, fizemos "figuras tristes". Sem cinema, o festival transformou-se no modelo que os portugueses tão bem conhecem: o da Web Summit, o estilo FIL, de passes caros e promessa de estrelas de Hollywood (poucas, diga-se) a circularem pelos corredores deste negócio metropolitano. A De Niro, a sua presença foi tudo menos cinematográfica, sendo a política, Trump e a sua oposição feroz a encher manchetes e reels promocionais. Do outro lado, a nossa oferta: o "cinema português", representado por César Mourão e séries-pilotos como montra. Alguém consegue explicar aos nossos como também à estrela o que é realmente cinema português, aquela com uma linguagem universal e não citações de fórmulas ou hibridez televisiva, ao invés de o aproximar da produção mista da SIC e a “gang do audiovisual” desejam fortalecer.
Como bem apontou o crítico Vasco Câmara, do jornal Público, bastava alguém sussurrar ao ouvido de De Niro com a dica de que na "terra natal" do Tribeca, em Nova Iorque, estava a decorrer um ciclo de cinema português no MoMA - “The Ongoing Revolution of Portuguese Cinema” - que celebra a universalidade e contemporaneidade da nossa produção. Pedro Costa, Miguel Gomes, João Pedro Rodrigues, Fernando Lopes, Manuel Mozos, Teresa Villaverde, entre outros, filmes tão nossos que o "grande público português" despreza, mas, em vez disso, apresentamos protótipos baratos de enésimas produções hollywoodianas, De Niro e a sua trupe produzem uns quantos “Podia Ter Esperado por Agosto” com uma perna às costas. Como bem disse João Botelho: "patetice por patetice preferem os americanos, que são patetas grandes".
No final, é oferecido um galo de Barcelos, anuncia-se a edição de 2025, e pronto, fica arrumada esta Comic-Con dos CEOs do audiovisual [aqui um fica de um testemunho deste "festa cinematográfica" no site Tribuna do Cinema]. E o triste é saber que temos as condições e as estruturas para acolher um festival internacional à escala de Cannes, Veneza ou até Locarno, o que nos falta é a mentalidade, como também a vontade, para o concretizar.
Entretanto, o Doclisboa prossegue, e é, quer se goste, quer não, um festival de cinema. O outro... nem carne nem peixe. Uma terra de unicórnios …
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Já disponível nas "bancas".
O livro comemorativo dos 15 anos do Cinema Sétima Arte, uma compilação de textos "velhos" e inéditos sobre cinefilia e outras ramificações do cinema. Estão lá duas criações minhas, entre elas este lamento sobre o estado da crítica de cinema.
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Hoje recordei “Ossos” de Pedro Costa, possivelmente dos seus filmes o que menos vezes revi. Sempre foi, para mim, um "filme de negação", ostentando a arquitetura que o cineasta viria a ser reconhecido, analisado e admirado anos depois, após o convite a um quarto particular. Mas da minha última experiência, já longínqua, o que retive foram os rostos, a peculiaridade daquelas faces que ocultam histórias — e histórias, às quais o filme nunca ousa 'tocar'. Ao rever [como se o estivesse a ver pela primeira vez] em 4K, é essa particularidade que se torna saliente: aqueles rostos, aqueles "sujeitos" impressos num cinema ainda em plena autodescoberta. E não é o cinema exatamente isso? Uma prolongada reinvenção? Os contornos assimétricos, atípicos, banalizados em "vidas malditas" são pinturas ora entregues à escuridão, ora ao gótico venerado com exatidão pelas sombras. “Ossos", o filme insatisfeito de Vanda Duarte, uma dessas protagonistas faciais, regressará aos cinemas portugueses a partir do dia 10 de outubro, preservando a sua enigmática presença. A sessão será antecedida pelo operático “Filhas do Fogo", mas isso será outra conversa.
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Luís Miguel Cintra em "Mon Cas" (Manoel de Oliveira, 1986)
"E como a urgência da sua publicação, há que solicitar a urgência da sua aquisição; relembrar, recordar, reavivar e resgatar Luís Miguel Cintra, o nosso mais guardado segredo das artes performativas, duque no teatro, eterno príncipe no cinema."
Novo texto no site Libro Ex: "Luís Miguel Cintra: O Cinema", das Edições da Cinemateca. Ler aqui.
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Devido a muitos pedidos incessantes ... só que não … apresento-vos um novo site Libro Ex! Ainda em pequenos passos (falta um logótipo que está a ser idealizado e preparado), devo alertar.
Nasce assim um espaço sobre livros e as suas periferias, uma daquelas ideias que cuja génese aconteceu à volta de uma mesa de café para depois, por via da loucura, ser materializado.
Junto-me então ao Aníbal Santiago e ao Roni Nunes nesta aventura, que penso, visto não existir muitos medias sobre livros por aí sem ser Tik Toks ou Youtubes aos trambolhões, vem preencher um certo vazio no meio. Não com isto afirmar que vou desistir do Cinema (nunca, a 'carolice' é até à morte!), mas que vou abraçar estes desafios de um universo que entro aos poucos.
Já agora, se tiverem o interesse, podem ler o meu artigo/crítica sobre "Perseverança" de Serge Daney, aqui.
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Ratatouille (Brad Bird & Jan Pinkava, 2007)
Deixo-vos um pequeno aperitivo que tem um pouco da minha demanda das demandas, a crítica de cinema: da sua natureza, às relações, funcionalidades como as suas diferentes plataformas. Para que serve a crítica? Para quem serve a crítica? E para quando precisamos da crítica?
Um episódio de "Só uma Nota" , podcast de José Paiva, com os oradores Susana Bessa (obrigado pela menção ❤) e Rui Alves de Sousa.
Fica a sugestão ... ouvir aqui
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Na rodagem de "Revolução (Sem) Sangue" de Rui Pedro Sousa, até à data o filme português com mais espectadores em 2024
Desta vez tenho que tirar o chapéu a Jorge Mourinha por esta pertinente (mais disto, por favor) crónica influenciada pelos debates (nada enriquecedores) dos Encontros do Cinema Português, promovido pela NOS Cinemas. O último deste segmento que presenciei foi o de 2020, que após despachar filmes portugueses sem eira nem beira, culpavam os filmes pelos seus fracassos e o facto de uma representante da NOS (julgo ser a mesma que Mourinha referencia no seu texto), afirmar que a distribuidora / exibidora é um empresa que vende "filmes para millennials" (é que nem sabem sequer o que é um millennial), o que prova que há um problema nestas chefias.
Sobre o cinema português e o seu público, o tema mais complexo do que encostar as produções à delegacia ou paternalizar os espectadores com os “que eles querem ver”, traduzindo-os por comédias de teor televisivo. Ou mais grave, um representante da RTP a tratar filmes com conteúdos e a maldizer dos “festivais”.Há muito por onde começar e são poucos os parágrafos para acabar, mas uma ‘coisa’ é certa, tivemos obras de Manoel de Oliveira em pleno anos 90 que fizeram mais espectadores que “Soares é Fixe”, portanto, como explicar isto sem ser o de apontar o dedo aos mesmos?
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Preparativos para a abertura da exposição / instalação da cineasta e artista visual Luciana Fina - “SEMPRE - A palavra, o sonho e a poesia na rua”, a ter lugar na Cinemateca Portuguesa
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