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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Val Kilmer (1959 - 2025): uma estrela demasiado estrela para Hollywood

Hugo Gomes, 02.04.25

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Segundo a história, após um final CUT, Frankenheimer gritou: “Now get that bastard off my set”, dirigido a Val Kilmer, então uma vedeta reluzente, contagiado pelo próprio estrelato, que numa suposta adaptação de H.G. Wells [“The Island of Dr. Moreau”], em que seria o protagonista, auto-sabotou-se, relegando-se a secundário. Kilmer era assim: galã, rebelde, selvagem, autodestrutivo, os anos 90 poderiam ter sido o seu tapete vermelho, sobretudo depois de o seu cachê ter engrossado com o látex de “Batman Forever”, o que não se cumpriu, talvez por feitio, talvez pela tragédia que o dilacerou – um cancro na garganta. Hoje, o “wingman” mais famoso, o nosso “Iceman”, partiu. Mas, para além das ‘cutucadas’ com Tom Cruise, havia vida na sua arte, e numa Hollywood cada vez mais correta e disciplinada, recordamos a sua indisciplina e despedimo-nos, à memória do seu papel mais icónico (e, para mim, o seu mais convincente holofote), Jim Morrison em “The Doors”, um astro desintegrado por excesso de combustão.

Irmãos, projectos a meias ...

Hugo Gomes, 01.03.25

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Auguste e Louis Lumière, os pais do cinematografo

- La Sortie de l'usine Lumière à Lyon (1895)

- L'arrivée d'un train à La Ciotat (1896)

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Jean-Marie e Arnaud Larrieu, realizadores

- Tralala (2021)

- Roman de Jim (2024)

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David e Nathan Zellner, realizadores

- Damsel (2018)

- Sasquatch Sunset (2024)

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Runje, Runme e Runde Shaw, produtores de Hong Kong, fundadores do Shaw Bros

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Harry, Albert, Sam e Jack Warner, fundadores da Warner Bros

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Josh e Benny Safdie, realizadores

- Good Time (2017)

- Uncut Gems (2019)

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Jen e Sylvia Soska, realizadoras

- American Mary (2012)

- Rabid (2019)

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Ethan e Joel Coen, realizador e argumentistas

- True Grit (2010)

- Inside Llewyn Davis (2013)

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Anthony e Joe Russo, produtores e realizadores

- Avengers: Endgame (2019)

- The Gray Man (2022)

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Jean-Pierre e Luc Dardenne, realizadores, uns dos bastiões do cinema realista francês

- Rosetta (1999)

- L'enfant (2005)

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Vittorio e Paolo Taviani, realizadores

- Padre Padrone (1977)

- Cesare deve morire (2012)

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Oxide e Danny Pang, realizadores e editores

- The Eye (2002)

- Re-cycle (2006)

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Tony e Ridley Scott, realizadores e produtores

- Produtores de "The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford" (Andrew Dominik, 2007)

- Produtores de "Stoker" (Chan-wook Park, 2013)

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Mário e Pedro Patrocínio, realizadores, diretores de fotografia e fundadores da produtora Bros

- Complexo - Univeso Paralelo (2011)

- I Love Kuduro (2014)

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Lina e Maira Fridman, realizadoras e produtoras

- Calendário (2020)

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Lana e Lilly Wachowski, produtoras e realizadoras

- The Matrix (1999)

- Speed Racer (2008)

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Paul e Chris Weitz, realizadores

- Down to Earth (2001)

- About a Boy (2002)

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Bobby e Peter Farrelly, realizadores e argumentistas

- There’s Something About Mary (1998)

- Me, Myself & Irene (2000)

Um homem em chamas e o vislumbre de um novo 'autor'

Hugo Gomes, 02.09.24

Best-Denzel-Washington-Movies-—-Man-On-Fire-scal

A man can be an artist... in anything, food, whatever. It depends on how good he is at it. Creasey's art is death. He's about to paint his masterpiece.”

Foi o “caçula” da família Scott! Tony foi visto diversas vezes como somente o irmão mais novo, frente a um Ridley, versátil, talvez mais "salta-pocinhas" que outra coisa. Porém, e não estando mais entre nós, possivelmente olhamos para Tony Scott, não mais como somente o mais novo, e sim como o “autor” frente a um congénere perdido pelo que lhe é mais rentável. Com isso, nota-se, principalmente nos seus últimos filmes, um delírio intenso e continuado na sua estética, visualmente carregada e atirada aos confins do territórios hoje inteirados no videoclipe, arte essa que parece ter morrido com estes tempos de lufa-lufa e do império streaming

Para além disso, a sua restrição ao género de ação o tornou também mais emancipado e convicto nessas mesmas margens, isto, obviamente “desculpando-o” dos Ovnis de carreira que apresentou nos seus “verdes anos” (com “The Hunger” à cabeça). A cisão do velho Tony com o realizador entregue ao visual maneirístico tem um filme-marca: “Man on Fire” (um remake de um homônima obra de 1987, dirigido por Élie Chouraqui e com Scott Glenn como ‘anjo justiceiro’), atualmente (re)visto com um certo culto, nem que seja nesse revisionismo autoral. 

Ambientado na caótica Cidade do México, somos apresentados a Denzel Washington - Creasy - um ex-militar de passado sombrio, ferido e com quedas ao alcoolismo, que aceita trabalho enquanto guarda-costas da filha de uma família abastada, como sinal de um necessário recomeço. Desde o primeiro momento, a menina doce, Pita Ramos (uma Dakota Fanning ainda brilhando como “prodigiosa pirralha”), desperta-lhe uma centelha humanista. Ambos criam uma forte ligação afetuosa, desafiada no momento em que a criança é sequestrada. A partir daí, Creasy embarca então numa vingança brutal, enfrentando policias corruptos a todo um submundo criminoso, um típico e estereótipo México na lente de Hollywood. 

Portanto, em matéria de argumento não há muito para oferecer para além do conceito vingança e de redenção que este Washington, feroz e igualmente cansado incute, e é nele que pressente uma entrega como nenhuma outra para o papel. O restante, por via de uma irrequietação, não apenas visual, como também sonora (com quedas ao exótico), o filme responde aos estímulos do espectador por vias de ocasionais freeze-frame, slow-motions, lens flares, incandescências e outras ginásticas imagéticas, tendendo a refazer tudo o que havia tocado anteriormente. É difícil não olhar-lhe como um filme-cobaia, em tremenda experimentação, com Tony a redescobrir-se em cada cena, e é com essa ciência prática que o levará a outras frontes, seja no exagero de “Domino”, lançado no ano seguinte, ou na normalização e consistência, sempre de mãos dadas com o seu “musos” Denzel (colaboração resgatada das profundezas de “Crimson Tide”, em 1995, a redescobrir) em “Déjà Vu” (2006), a refilmagem “The Taking of Pelham 1 2 3” (2009) e o seu derradeiro “Unstoppable” (2010).

Quanto a “Man on Fire”, contemplando-o em retrospectiva, é uma revelação de cineasta, e talvez seja por isso que não tenha consagrado consensos, nem impor um amor que hoje parece germinar como cogumelos, na altura da sua estreia [2004]. Sendo simplista e pragmático, a verdade é que o filme adquire uma força detida numa certa e estranha sobrenaturalidade quanto ao seu final: com Creasy enquanto cavaleiro andante derrotado, para incognito destino seguir, tendo como companhia a hiperatividade na banda-sonora que nunca em momento algum sai enfraquecida. É o preciso sacrifício, a troca do novo pelo velho, Pita em liberdade, o ‘reformado’ rumo ao seu calvário como pecador prestes a submeter à sua penitência. É neste mesmo desfecho que o nosso “heroi” atira “a toalha ao chão”, e através da sua caminhada “dead man”, um autor ressurge, Tony Scott, o anterior irmãozinho, a reafirmar-se naquilo que Ridley nunca será. 

Tom Sizemore (1961-2023), um bravo secundário americano

Hugo Gomes, 04.03.23

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True Romance (Tony Scott, 1993)

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Blue Steel (Kathryn Bigelow, 1990)

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Strange Days (Kathryn Bigelow, 1995)

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Natural Born Killers (Oliver Stone, 1994)

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Red Planet (Antony Hoffman, 2000)

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Heat (Michael Mann, 1995)

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Saving Private Ryan (Steven Spielberg, 1998)