Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Um ator de título ...

Hugo Gomes, 08.12.23

MV5BMTY3NTc1ODEyNV5BMl5BanBnXkFtZTcwNTA1NDAxMw@@._

Barry Lyndon (Stanley Kubrick, 1975)

MV5BZDY2MjE2ZWEtNTg5OS00NWEyLWI3OGYtNDY5OWZjMTRjMG

Paper Moon (Peter Bogdanovich, 1973)

love-story1920-673465-640x360.jpg

Love Story (Arthur Hiller, 1970)

The-Driver-Ryan-ONeal.jpg

The Driver (Walter Hill, 1978)

Paixões de adolescentes promovido a Barry Lyndon, ou o artista burlão que certa vez prometeu 200 doláres à sua filha Tatum (“I want my two hundred dollars”), vendeu sonhos cinematográficos no valor de um nickel, atravessou uma ponte longa demais e conduziu viaturas com estilo. Até hoje estava desaparecido, meio discreto ou difuso nestes tempos, mas nos 70 reinava como o protagonista clássico e cool (conta-se que era um valente “garanhão”); Stanley Kubrick, Peter Bogdanovich, Walter Hill, Blake Edwards e Arthur Hiller, trabalhou com eles, protagonista, artilheiro e artimanhas. Despedimos de Ryan O’Neal.

Ryan O'Neal (1941 - 2023)

Táxi!!

Hugo Gomes, 25.11.23

cs88kouz4ea41.jpg

Like Someone in Love (Abbas Kiarostami, 2012)

Johnnycab_Main.jpg

Total Recall (Paul Verhoeven, 1990)

AGmqCQw8YGv1kyhzmb6yVMb26NeRLQ.png

Night on Earth (Jim Jarmusch, 1991)

0dee7814df17af838a71aca56f443f6d.jpg

The Fifth Element (Luc Besson, 1997)

collateral_001.jpg

Colateral (Michael Mann, 2004)

1313948.jpg

They All Laughed (Peter Bogdanovich, 1981)

Taxi-Driver-2.webp

Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976)

8a8QjNv3Ziqc2tGjRmq34VEqMjq-1200-1200-675-675-crop

Taxi (Gérard Pirés, 1998)

descarregar.jpg

Taxi (Jafar Panahi, 2017)

taxijack.jpg

No Táxi do Jack (Susana Nobre, 2021)

helpme.webp

Scrooged (Richard Donner, 1988)

a_taxi_driver_main_copy_-_h_2017.webp

A Taxi Driver (Jang Hoon, 2017)

92de35_58cd4a7bc91b46a08d609cde242271f2~mv2.webp

The Day After (Hong Sang-soo, 2017)

Sem título.jpg

It Must be Heaven (Elia Suleiman, 2019)

i641731.jpg

The Bone Collector (Phillip Noyce, 1999)

01-2884.jpg

2046 (Wong Kar-Wai, 2004)

HT_Still.jpg

Happy Together (Wong Kar-Wai, 1997)

234144_1345973.jpg.1500x1002_q95_crop-smart_upscal

In the Mood for Love (Wong Kar-Wai, 2000)

Considerações soltas sobre a crítica de cinema

Hugo Gomes, 15.07.22

Celebrity 2.png

Celebrity (Woody Allen, 1998)

São inúmeros os exemplos, tanto na ficção como na realidade, reveladores da opinião desfavorável generalizada recaída sobre os críticos. “Odeio críticos”, ouvi uma certa figura pública nacional dizer num programa televisivo de há uns anos. “Bom, és um crítico, não és?”, respondeu Jennifer Jones ao Peter Bogdanovich quando este lhe perguntou o porquê de ela lhe nutrir uma antipatia pessoal. E há aquele momento do "Celebridades" do Woody Allen onde uma personagem relata: “Aquele é um crítico de cinema famoso. Costumava detestar todos os filmes. Depois arranjou uma namorada boazona e, agora, adora todos os filmes.”

Sejamos sinceros. Para a maioria das pessoas, a noção de crítico de cinema recai num destes dois campos: aquele onde o crítico é parodiado como um pseudo-intelectual frustrado, servindo-se da escrita como um veículo revanchista sobre os outros para a sua eventual ausência de talento artístico (como se a crítica não fosse, também ela, uma arte); e aquele onde o crítico se limita ao papel de guia Michelin cinematográfico, estendendo firmemente o seu polegar peremptório à clássica moda romana. De quem já tem uns anos disto, em verdade lhe digo, caro leitor: o primeiro caso é falso; o segundo, redutor.

Para mim, as melhores críticas de cinema (pelo menos, as positivas) funcionam como cartas de amor. Em ambos os casos, o que conta é o entusiasmo com que se fala do objecto amado, associado a uma certa habilidade, liberdade e cuidado na prosa com o intuito de exteriorizar as opiniões e impressões que este deixou no amante enamorado. É então acertada a política cahierista “quem gosta mais escreve”. Porque, quanto maior e mais genuíno for esse amor manifestado, melhor e mais bonita ficará a carta. Por isso, se há uma coisa que peço ao abrir uma crítica elogiosa, é que nela esteja expressa a emoção que o filme suscitou no autor do texto. Quer dizer que concordo com ele? Evidentemente que não. Mas os melhores críticos levam-me também a isso, a querer rever a minha opinião sobre uma determinada obra e a revisitá-la sob o ângulo deles, descobrindo o que numa primeira visualização me surgia encoberto.

“Bom, se uma crítica positiva passa por uma carta de amor, então, por essa lógica, uma crítica negativa não passará por um mero hate mail?” Nada mais falacioso. Uma crítica negativa é, acima de tudo, uma oportunidade para se ser construtivo, contribuindo no amadurecimento e evolução de, se não da obra dos artistas em causa, pelo menos do olhar dos leitores. Claro que alguns dos recursos estilísticos utilizados (como a ironia), tons (do indignado ao vitriólico) ou excessos de linguagem (saudades de um “Danny Boyle não conseguiu sentir mais do que o cheiro a merda. Cada um tem o nariz que tem.”) poderão dificultar essa intenção. Mas sentido de humor e outras idiossincrasias estilísticas só contribuem para afastar a monotonia textual, provocando uma leitura mais viva, estimulosa e cativante. Pois um crítico não é um agente publicitário. Não se deve folhear uma crítica de cinema à espera de se deparar com um reforço adicional a uma já volumosa campanha de marketing. Nem deve ser essa a razão para uma pessoa ler outra. Deve-se, sim, ler alguém pelo seu estilo e qualidade argumentativa. A não concordância com um crítico pode, assim, ser encarada como uma chance para pensar em raciocínios que vão em direcção oposta aos nossos, construindo (ou não) outros capazes de rebaterem os primeiros, ao mesmo tempo que se aprende um pouco mais sobre a História e a linguagem do cinema. É nesse sentido que uma crítica negativa pode levar à evolução do olhar dos leitores. 

Finalmente, há que dizer que a diferença entre um crítico e quem não o é está na capacidade de verbalização. Gostamos de um crítico que concordamos porque é capaz de verbalizar aquilo que vimos quando nos falta a perícia para o fazer. Por isso, haverá sempre no mundo essas pessoas com o direito a reclamarem, em sites e jornais, a dissecação dos seus sentimentos, opiniões e ideias em torno de um objecto estético, traduzindo a sua vida interior (e, quiçá, a de outros) de uma forma inteligente, articulada e bela.

São grandes professores, os críticos de cinema. Saibamos ser com eles grandes alunos.

 

*Texto da autoria de Duarte Mata, ex-crítico de cinema que colaborou em meios como C7nema e À Pala de Walsh.

Dear Peter,

Hugo Gomes, 07.01.22

GettyImages-1300398985-scaled.jpg

image.jpg

The Last Picture Show (1971)

images-w1400.png

Nickelodeon (1976)

PAPER-MOON.jpg

Paper Moon (1973)

targets1.jpg

Targets (1968)

tm-recommends-texasville.jpg

Texasville (1990)

4s9oMdfk9Uoag04rBYNg0FqILPS2GJ.png

Peter Bogdanovich na rodagem de The Other Side of the Wind (Orson Welles, 2019)

 

Ryan e Tatum O’Neal (pai e filha) pousados num quarto minguante, a imagem que definiu a minha descoberta ao universo de Peter Bogdanovich. Sim, universo, essa palavra tão vulgar hoje em dia graças à dominância industrial, porém, como o antídoto à mesma revelaria “gulosa” que iniciei a sua filmografia com “Paper Moon” (1973).

Para ser mais que exato (e meio amnésico), foi ao encontro de umas palavras, mas não preenchidas com face (a minha mente já me trapaceia ao longo destes anos), proclamadas num programa de televisão em alturas da minha pré-adolescência - “Nos anos 70 era possível produzir filmes pequenos no meio de grandes produções. Bastava ir a um estúdio e pedir - preciso de ‘x’ dólares - e assim nascia um ‘Paper Moon [talvez seja devido a essa pedinchice o filme solicita os seus 2.000 dólares num dinner e acompanhado por um Coney Island]”. A minha curiosidade em tal título, bem catita aliás, levou-me também ao seu encanto, a uma busca incessante nos videoclubes da zona.   

Mais tarde regressei a Bogdanovich com “Nickelodeon” (1976) projetado como exemplo didático da génese das “majors”, a fim de ilustrar a cadeira de História de Cinema na universidade, episódio que serviu de trampolim para saltar de cabeça nalguns dos seus mais eternizados trabalhos (“Targets”, “Texasville” e sem a mínima dúvida, “The Last Picture Show”). Nos últimos anos, via em Bogdanovich uma espécie de vulto de um tempo passado, onde o cinema americano tinha a sua suposta liberdade temática e formal e igualmente uma decadência algo mágica, um assombroso prenúncio do futuro citado com nostalgia e candura de revivência. Além disso, era aquilo que eu chamava de “criatura cinematográfica”, rodeado de histórias e personalidades dissociáveis dessa igualmente dinastia. Todo ele respirava cinema. Todo invocava a esse cinema, perdido, um por um. A Bogdanovich agradeço as memórias, o seu cinema e o cinema dos outros (um muito obrigado por teres levado avante o legado de Orson Welles num possível “The Other Side of the Wind”, tão teu como dele).

Esperemos que o último “picture show” não morra com ele … não sou de saudosismos nem sequer sou ingrato, o passado já lá vai, mas o Cinema continua, e se continua!

Peter Bogdanovich (1939 - 2022)

São Pedros, São Pedrocas, São Peters, São Pierres e São Pietros

Hugo Gomes, 29.06.20

Hoje, dia de São Pedro, recordo alguns 10 Pedro(s) célebres do Cinema. E para vocês, qual "Pedro" destacaria na lista?

83788438_194059938718878_966563638522428929_o.jpg

Peter Sellers, ator de “Dr. Strangelove” e da saga “The Pink Panther

106001556_194060108718861_4983409592454449971_o.jp

"Pierrot, Le Fou" (Pedro, O Louco), filme de Jean-Luc Godard com Jean-Paul Belmondo e Anna Karina

106007781_194059972052208_1640898754360600645_o.jp

Peter Lorre, ator de "M", "Casablanca" e "The Man Who Knew Much"

106010498_194059982052207_74828584738587760_o.jpg

Peter O'Toole, ator de "Lawrence of the Arabia" e "Venus"

106064827_194059895385549_1917459641178216088_o.jp

Peter Weller, ator de "Robocop" e "Naked Lunch"

106070136_194059918718880_614560498391027396_o.jpg

Pedro Almodovar, cineasta de "Pain and Glory", "All About My Mother" e "Women on the Verge of a Nervous Breakdown"

106110747_194060038718868_4190854111398038430_o.jp

Pedro Costa, realizador de "Vitalina Varela" e "Quarto da Vanda"

106117670_194060032052202_1143666861694707551_o.jp

Peter Cushing, ator de "Star Wars" e vários títulos da Hammer

106128988_194057778719094_3570886092514222576_o.jp

Peter Weir, realizador de "The Mosquito Coast", "Truman Show" e "Picnic at Hanging Rock"

106452314_194060062052199_235406240181437487_o.jpg

Peter Bogdanovich, realizador de "The Last Picture Show" e "Paper Moon", um dos responsáveis pela conclusão de "The Other Side of the Wind", de Orson Welles