O músculo da família Corleone (a sua morte em “The Godfather” foi das mais violentas que presenciei na minha juventude), um ator de fisicalidade cuja essa propriedade foi utilizada como um desafio performativo em “Misery”, e mais tarde, como bem sabemos, Hollywood não lida bem com a velhice dos ‘outros’, um homem relegado ao seu mau humor, sem nunca perder a “pinta”. James Caan atravessou um tempo, diverso de autores, linguagens e estilos, presença reconhecível nos anos 70 que adquiriu dimensão histórica nos anos 90 e no início do novo milénio, até por fim chegar aos últimos anos, demonstrando a sua descartabilidade (papéis relevantes faltaram na sua carreira em término). Mas quanto a isso, não há nada a fazer, só quando desaparecem é que sentimos a falta. Caan, o patife, o criminoso, o intolerável, pelos menos foi essa imagem transmitida anos a fio, e verdade seja dita, era bem bom naquilo que fazia.
Silent Movie (Mel Brooks, 1976)
Slither (Howard Zieff, 1973)
The Godfather (Francis Ford Coppola, 1972)
Misery (Rob Reiner, 1990)
Dogville (Lars Von Trier, 2003)
The Yards (James Gray, 2000)
Dick Tracy (Warren Beatty, 1990)
Rollerball (Norman Jewison, 1975)
The Killer Ellite (Sam Peckinpah, 1975)
Thief (Michael Mann, 1981)