Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Nos bastidores da Páscoa!

Hugo Gomes, 12.04.20

39e8ab43b837d9171c24afabc514f68d.jpg

Monty Python's Life of Brian (Terry Jones, 1979)

MV5BOWIwYzc3OWMtOWUxZC00YWQxLTljNzUtMGNlMjg5OWIzZD

King of Kings (Nicolas Ray, 1961)

2d337c216898222967ff69c80bb66605.jpg

The Last Temptation of Christ (Martin Scorsese, 1988)

AP03012405334.jpg

The Passion of the Christ (Mel Gibson, 2004)

pasolini.jpg

Il Vangelo secondo Matteo (Pier Paolo Pasolini, 1964)

15009975_izmuw.jpeg

Acto da Primavera [Manoel de Oliveira, 1963)

27mag-talk-03-master675.jpg

Multiple Maniacs (John Waters, 1970)

Óscars: "La La Land" perdeu-se no luar?

Hugo Gomes, 27.02.17

SN33DSZP4JRK6HJHPV2HA2UYIE.jpg

City of Stars ecoa como um hino de derrota, uma triste melodia que protagonizou um dos (se não o) momento mais caricato da cerimónia e da História dos Óscares. Segundo consta, o erro esteve num envelope equivocado, um erro descoberto tarde demais, no preciso momento em que a equipa do musical discursava os seus agradecimentos. O prémio máximo acabaria por ser entregue a “Moonlight”, a resposta mais marginal às luzes e sons de “La La Land”. Durante alguns segundos, o musical mais amado/odiado da atualidade converteu-se num filme de compaixão, até porque se livrou da maldição do Óscar, e essa mesmo abateu-se na obra de Barry Jenkins. Só o tempo dirá o que esta “valorização” vai significar.

Como sabem, as estatuetas douradas não são  mais que meras representações de consenso oriundo de votantes, que, sabe-se lá de onde, adoram sentir-se humilhados com as declarações anónimas para a The Hollywood Reporter. Ao ver essas publicações, percebemos que de consciência crítica, esse grupo raramente o possui. É tudo uma questão de gosto, e até que ponto os separa do mais mundano espectador? Aliás, filmes como “Hacksaw Ridge” nunca teriam lugar numa lista composta pelos supostos “melhores do ano” … Reformulando, nenhum daqueles nomeados merecia tais títulos, mas isso é outra conversa.

Se o final foi inesperado, até mesmo para quem contava com a vitória de "Moonlight" nesta noite de “cartadas políticas” e de pouco cinema, o resto da cerimónia foi de puro tédio. Para além da previsibilidade, ainda tivemos que contar com a perpetuação de um certo conformismo, e destaco, obviamente,  dois Óscares em particular. O primeiro, o de Melhor Animação, onde numa lista composta por três formidáveis exemplares, longe dos grandes estúdios, a Academia se vergou perante a trivialidade de “Zootopia”. Parece que a Disney continua a possuir o seu peso nas decisões dos votantes. Já o segundo, foi o desperdiçar de uma oportunidade de fazer certo, o de entregar o prémio a Isabelle Huppert pelo seu desempenho em “Elle”, aquele “murro no estômago” de Paul Verhoeven. Nesta decisão foi o “sangue novo” que persistiu, como sempre, e Emma Stone conseguiu erguer o troféu com graça. Porém, a tristeza sentiu-se do outro lado.

Resumindo a noite, “Moonlight” ganhou … ganhou, mas a sua vitória saiu ridicularizada, e triste. Será que alguém se lembrará do filme sem o associar a este “estranho” episódio? E até que ponto a sua vitória, não foi a vitória do politicamente correto? De momento, iremos deixar o ódio, muitas vezes, irracional que “La La Land” parece ter tecido antes dos Óscares, e esperar qual destes filmes terá o “privilégio” de ser relembrado como “aquele que definitivamente merecia a estatueta“.

A anti-ética no suposto ético

Hugo Gomes, 24.01.17

FB_IMG_1583155438136.jpg

Definitivamente os Óscares viraram uma palhaçada autêntica, mas mais inacreditável é como uma Academia, muitas vezes composta por actores liberais que criticam cada suspiro de Donald J. Trump, possa nomear um filme tão anti-ético, misoginio, militarista, ultra-conservador, patriotismo de segunda, desonesto e apologista do conflito bélico que é «O Herói de Hacksaw Ridge»?