Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

O regresso do Festival Internacional de Cinema de Santarém: o cinema enquanto terra que nos marca

Hugo Gomes, 23.05.23

Collage Maker-24-May-2023-09-59-AM-7884.jpg

Após três décadas, Santarém volta a receber de ”braços abertos” o seu Festival Internacional, uma vontade de consolidar os cinéfilos da região e, quem sabe, do restante país e globo. O Internacional descrito no título sugere esse apelo, essa vontade e ambição de arrancar por caminhos há muito atravessados. 2023 marca, por fim, essa idealização, materialização, algo terreno como o tema que o acompanha, a Terra, a nossa, da mesma forma que não existe outra. 

Ao Cinematograficamente Falando …, Rita Correia, Presidente do Cineclube de Santarém e diretora do FICS [Festival Internacional de Cinema de Santarém], “descortinou” a celebratória programação, contando com filmes (que mais?) que conectam com a região, com o espírito e com o futuro. 

O Festival Internacional de Cinema de Santarém decorre de 24 a 28 de maio, quatro dias a “apoderar” o Teatro Sá de Bandeira e transformá-la no pólo cinematográfico scalabis [ver programação completa e mais informações aqui]. 

Após trinta anos de ausência, pergunto o que levou a encarar este como o momento oportuno para o regresso do festival?

Na verdade, estamos a reativar o Festival há cerca de 5 anos. Desde o início da reativação do Cineclube de Santarém, há cerca de 12 anos, percebemos que a cidade queria o Festival de volta; havia uma geração de cinéfilos que ainda tinha memórias dos festivais antigos, e uma nova geração que queria trazer de volta o Festival Internacional de Cinema de Santarém. Criámos um dossier de projeto, que trabalhámos e melhoramos ao longo dos anos, e fomos procurar apoios. Entretanto, os anos de pandemia atrasaram o processo e agora, com o apoio imprescindível da autarquia, foi possível fazer esta 16ª edição do FICS.

O que poderá dizer sobre a programação deste ano, e a importância dos filmes de realizadores scabilitanos na seleção?

Vamos programar 31 filmes, oriundos/produzidos por 21 países. Temos 4 secções: a Competição Internacional, a Competição Nacional, Panorama e Em Foco.

Em Foco vão estar obras dedicadas às agro-poéticas de libertação e às lutas ecológicas. Os filmes propõem uma reflexão sobre a devastação das paisagens naturais e uma visão da história de violência colonial e extrativista em torno das práticas agrícolas de comunidades na Índia, Palestina, Moçambique e Mali. Na secção Panorama propomos uma visão da produção cinematográfica contemporânea, onde destacamos a estreia mundial do filme “Nomadic Island” de Mattia Mura Vannuzzi.

Na competição nacional destacamos os realizadores scalabitanos do coletivo Waves of Youth. Para a equipa do FICS era muito importante dar oportunidade aos jovens realizadores para mostrarem o seu trabalho a um público crítico e cinéfilo, e criámos um prémio especial para o Melhor Filme Regional.

Tendo em conta o período de “hibernação” (chamaremos assim) que desafios encontraram na seleção de filmes a integrar na programação, principalmente os da Competição Nacional, e com que critérios irão abraçar daqui para a frente?

O principal desafio da programação foi o tema do Festival, tínhamos algum receio de não encontrar muitos filmes portugueses dentro da temática. Na competição internacional recebemos muitas inscrições e fizemos também alguns convites a filmes. De um modo geral, a nossa principal preocupação foi criar um diálogo entre obras, e que isso pudesse ser sentido através da programação do festival. Este foi um critério fundamental para nós, e que pretendemos manter daqui para a frente.

Boca-Cava-Terra-02.jpg

Boca Cava Terra (Luís Campos, 2022)

O tema rural e agro’ revelou-se ao longo da história do festival numa espécie de tradição, tende em manter esse espírito para além da secção Em Foco deste ano ou estabelecer o FICS como um festival especializado a esses territórios? Tendo em vista que a maior parte dos filmes da programação acentuam essas temáticas da relação humana com a natureza.

Desde o início deste projeto foi decidido manter a temática original: agrícola, rural e ambiental e assumimos que o FICS pretende ser um festival especializado nessas temáticas da relação humana com a natureza e o seu meio envolvente.

No início do festival, 1971, a temática foi uma forma inteligente de contornar a censura do regime do estado novo. Ao assumir-se como um Festival de "temática rural", não só estava a valorizar o seu território de origem - o Ribatejo - como lhe permitia uma aceitação que à época seria mais difícil. O que sabemos da história do Festival foi que muitos filmes estrangeiros, especialmente de origem russa, foram possíveis de ser exibidos em Portugal por ter existido uma "permissividade" da censura, que de outra forma não podia ter acontecido.

Este ano, no início do séc.XXI, no meio de uma crise climática, depois de uma pandemia, e em que as questões do impacto do homem sobre o seu meio estão na ordem do dia, foi unânime manter a temática do Festival, e fazê-lo através de obras contemporâneas, que de certa forma captem a urgência de pensar sobre estes temas, sob diversos pontos de vista, usando a linguagem cinematográfica.

Sobre os convidados, o que pode dizer sobre eles? 

Temos vários convidados, nomeadamente os realizadores portugueses José Filipe Costa, Marta Pessoa, Pedro Mourinha, Miguel Canaverde, Tiago Melo Bento, Maria Simões, Luís Campos, Diogo Cardoso, Paulo Antunes e Raúl Domingues. Como convidados internacionais teremos o realizador Mattia Mura Vannuzzi na estreia mundial do seu filme Nomadic Island, a realizadora indiana Radhamohini Prasad do filme “Farmer Collectives of North Bengal” e o bailarino Ramon Lima, participante do filme “Tes Jambes Nues” um filme que funde o trabalho coreográfico e o trabalho agrícola.

Ambições para o festival, resiliência ou expansão? 

A maior ambição é fazer desta edição um sucesso. Queremos que este seja um regresso em grande, e que nos permita alcançar outros apoios para que a próxima edição seja ainda melhor, com mais condições e durante mais dias. Queremos ainda fazer extensões do Festival, tanto a nível local, numa perspectiva de descentralização cultural, levando o FICS às freguesias rurais do concelho, como a nível nacional, nomeadamente através da programação dos Cineclubes. Não nos podemos esquecer que este Festival é organizado por um Cineclube e da importância que isso tem no movimento cineclubista nacional.

A Lisboa Menina e Moça de “Donzela Guerreira”: uma conversa com a realizadora Marta Pessoa

Hugo Gomes, 08.11.20

59433356_2397673800277541_5467563659242766336_o-76

No fundo, a história da ‘Donzela Guerreira’ é de uma mulher que quer superar-se." Através de imagens de arquivo, retalhos de dois universos literários vindos de escritoras “apagadas” por um regime de 40 anos ditatoriais e de encenações vistosas, Marta Pessoa em colaboração com a argumentista Rita Palma, delineiam uma constelação com luz nos rebordos da capital. Lisboa é o centro das relações, dos afetos, das memórias e das palavras que se vão amontoar no percurso de uma escritora aficionada, Emília Monforte (Anabela Frígida), quase como um heterónimo de Maria Judite Carvalho, que resiste ao patriarcado da sua sociedade e persiste em vencer os nichos que muitos querem impor.

Falei com a realizadora desta obra de várias vozes, Marta Pessoa, um filme que esteve presente na edição de 2019 do Indielisboa e que estreia em sala num dos momentos mais conturbados da história da distribuição / exibição. “Donzela Guerreira” promete fazer jus ao seu nome, enfrentar as adversidades que a rodeiam, nem nunca atirar a “toalha ao chão”.

Começo esta conversa com a previsível questão da origem deste trabalho.

O projeto surgiu através de dois caminhos diferentes, que no fundo, acabaram por ter a mesma origem. Primeiro como uma curta-metragem, muito simples, inspirada num texto no “Romanceiro” de Almeida Garrett – “Donzela Guerreira” ou a “Donzela vai à Guerra”. Uma pequena narrativa de domingo à tarde em que uma senhora, de uma certa idade, sai de casa como uma guerreira que não se sujeita às regras. Este projeto não foi apoiado, porém, não guardei mágoa alguma.

O outro caminho é que há mais de dez anos tentei adaptar o “Tanta Gente, Mariana” de Maria Judite Carvalho, o qual também não foi apoiado. Não sei bem porquê … quer dizer, quando digo isto, suponho que tenha sido, ou o argumento não era suficientemente bom segundo os júris, ou que não havia a sensibilidade para com o trabalho de Judite Carvalho. De momento, ela tem obra completa editada, tornando-se fácil entrar numa livraria qualquer e adquirir todo o seu trabalho. Mas devo dizer que demorei 20 anos a juntar as suas publicações em alfarrabistas, era uma escritora muito invisível até há pouco tempo. O que não é caso único.

Isto prolongou-se até eu por fim decidir escrever sobre os textos da Maria Judite Carvalho, o qual descobri numa determinada altura da minha vida sem mistério. Estudei na Escola de Cinema, vivi em Benfica, e a escritora transmitia / traduzia toda a minha experiência na cidade, dos espaços e das pessoas o qual me ia envolvendo. Judite Carvalho era sobretudo uma escritora da cidade e da solidão, não com isto afirmar que sou uma pessoa solitária. [risos] Mas a sua escrita, as suas descrições, as pessoas com que retratava, assim como o quotidiano levavam-me constante a revisitar esse universo.

No entanto escrevi alguns textos, não sendo o “Tanta Gente, Mariana”, nem mesmo estritamente biográficos da escritora, mas que transmitiam o percurso de Judite Carvalho, na sua vida pessoal como profissional, e durante esse processo misturei o universo de outra escritora, Irene Lisboa, também da cidade e que esteve presente na minha vida através dos manuais escolares. Tal como a Judite, foi uma mulher que tentou, por via do seu modo de vida, enfrentar um regime patriarcal. Ainda fundi textos meus sobre a relação de uma mulher com o pai e com mãe, e aí entrando as respectivas vozes opostas.

O projeto foi uma sucessão de textos literários, e não em forma de um guião convencional, entreguei à Rita Palma [argumentista] e “vê lá o que conseguimos fazer com isto?”.

Resumindo, as coisas foram construindo com Lisboa, com as personagens extraídas de Maria Judite Carvalho e Irene Lisboa, das suas vidas e ainda uma parte … muito “pequenina” … da minha relação com a cidade e com a minha família.

Maria Judite de Carvalho, assim como a Irene Lisboa são figuras ainda desconhecidas na literatura portuguesa, possivelmente “graças” ao Estado Novo que difundia valores patriarcais. Durante muito tempo, Sophia de Mello Breyner foi a reconhecida escritora portuguesa … Permita-me que faça um parêntesis, a Sophia só foi reconhecida escritora depois do 25 de Abril, antes era conhecida como a mulher do Sousa Tavares, ou seja no Estado Novo as escritoras eram somente consideradas como mulheres de alguém.

124317959_4146258505391114_6330909939736119414_n.j

E foi através destas escritoras “invisíveis” que tentou concentrar as suas ideias, intimidades e vivências no filme?

Sou muito pouco dada à autognose. Grande parte do que está no livro não são aflições, dores nem estados de alma, é muito mais uma criação ficcional. De facto, eu não penso nos meus sentimentos, nem no meu “eu” íntimo, é algo mais físico, o de me lançar pela cidade.

Acho que isto é complicado de explicar, mas também não será estranho visto a “Donzela Guerreira” ser um filme em que Lisboa é representada por imensas fotografias de arquivo. Mas também foi desta maneira que foi construída a narrativa e com as personagens. Não sinto que seja um conhecimento, acho que a expressão mais simples seja uma reflexão sobre o tempo e a cidade como personagem principal. Uma personagem silenciosamente zangada, sabendo que as mulheres não são consideradas escritoras.

Obviamente que junto lá pequenas partes da minha biografia, ou mais concretamente a relação com a minha infância e com a minha família.

E quanto à personagem da Etelvina? A personagem doméstica crucial na educação, sobretudo sentimental, da Emília. Houve alguma Etelvina na sua vida?

Houve várias Etelvinas! Todos nós, principalmente os da minha geração ou da Rita [Palma], tivemos uma pessoa como esta Etelvina. Aquela pessoa que nos foi próxima sem ser família. Porque por vezes aquela que enxugava as nossas lágrimas com o avental nem sempre era a avó. Por isso não há uma Etelvina, e sim várias.

Voltando à invisibilidade das mulheres no regime salazarista, cito o início de “A Donzela Guerreira”, em que a nossa protagonista é entrevistada para um programa radiofónico, cuja anfitriã frisa, especializado a ouvintes [no feminino]. Acrescentando que ela introduz a convidada, Emília, como uma escritora para mulheres. Assim elas eram limitadas naquele tempo.

Ela escreve. Friso, ela escreva. A altura é que se dizia que a escrita dela era direcionada para mulheres. Todavia, nenhuma mulher quer escrever para somente mulheres, ou realizar somente filmes para mulheres, ou pintar para mulheres apenas, era uma ditadura profundamente patriarcal, que as restringia. As mulheres, enquanto escritoras, participavam em artigos de jornal unicamente direcionados para o sexo feminino, porque era a única via delas exercerem essa arte. No caso da Maria Judite Carvalho – estou sempre a regressar a ela, mas dá para generalizar – ela também começou por escrever esse tipo de crónicas, penso que se intitulavam de “Diários da Mulher”.

Temos que ter em conta que depois da Primeira República, o qual havia uma certa sensação de progresso na vida das mulheres, surgiu a Ditadura Militar e o Estado Novo, e com isso quem foi completamente anulado? Foram as mulheres. Elas foram fechadas em casa. Este é o peso de 48 anos ditatoriais. A própria entrevistadora dirige ao seu público – mulheres – sendo ela uma entrevistadora de mulheres apenas. Dificilmente, ela entrevistaria um homem. Os homens eram os reis do teatro e da revista, o resto eram coristas. Por isso escolhi Dina Félix Costa (uma atriz que deposita carinho nas suas personagens) para ser essa entrevistadora tecnicolor, que se coloca numa posição de nicho, algo de simplista, e por sua vez, indica a entrevistada numa espécie de armadilha. Por isso mesmo, quando ela desaparece, ela é referida pela Emília como uma possível mulher solitária”. Este é um dos poucos momentos da minha mise-en-scène clássica.

E a reconstituição histórica, a Marta Pessoa o faz através de imagens de arquivo.

Sim, através de imagens de arquivo.

Realizadora_Marta-Pessoa.jpg

Marta Pessoa

Há aqui uma pesquisa, seleção e recriação através do trabalho de arquivo?

Isto não veio subitamente de uma ideia luminosa, mas sim de um já anterior de pesquisa. Tenho a sensação que os meus filmes agarram-se uns aos outros e ainda estou no processo de saber porquê. Mas o meu filme anterior também utilizei imagens de arquivo, também fiz essa exata pesquisa, e o que aparece são movimentos de aproximação das personagens que estão dentro e não propriamente à cidade, não com essa dimensão. Tem uma dimensão de vigilância aos corpos por vezes desfocados, o qual soam manchas na imagem. Portanto, o que ficava de fora era a cidade, e eu fiquei com aquelas imagens na cabeça, porque estava a gostar de vê-las realmente. Eram imagens de uma cidade no início do século, mas que ainda reconheço. Mas todo este gesto não se resumiu num gesto nostálgico, mas sim de um reconhecimento, o de percorrer aqueles caminhos.

Digamos que no final de “Donzela Guerreira”, a narradora se auto-intitula-se de “narradora-salvadora”. O filme precisa ser salvo por esta narradora?

Isso é uma pergunta com dupla intenção. [risos] Se o filme precisa ser salvo ou o narrador salva o filme? Bem, se falamos de uma sequela, à beira de um franchise? [risos] Quem levará Emília para o outro lado da margem? [risos]. Para ser sincera, não sei até que ponto é a narradora que salva ou que vai salvar a vida dela. Não sei se há narrações que nos possam salvar, digamos assim. Mas esta donzela guerreira tem muito de “Silvestre”, de João César Monteiro, ou de Joana D’Arc, não precisa de ser salva por nenhum príncipe … ou seja, por nenhum homem. Ela quer ser como é, superar os diferentes campos de batalha, sem ter que se travestir.

Supondo que transcrevessemos este filme para os tempos de hoje, as mulheres não enfrentariam estas adversidades nas suas ascensões.

Mas teria outros. Em certa parte fiquei otimista em relação ao filme, por ter a perceção que muitos destes obstáculos já não existem. Mas temos outros que cada vez mais estão a agravar. Porque raio é que a mulher, fazendo o mesmo trabalho que o homem, continua a receber menos? Se este filme passasse para a nossa atualidade, obviamente iria focar nessa diferença díspar salarial. Porque é algo que continua a não entender. É absurdo! Obviamente que há outros problemas, mas não sairíamos daqui.

Em relação aos Três Vinténs, como surgiu este projeto? E gostaríamos se o devemos chamar de produtora ou de coletivo?

É produtora, a empresa é bastante pequena, frisa isso mesmo. A base é a seguinte, os Três Vinténs sou eu, a Rita Palma e o nosso 'senior', o João Pinto Nogueira. Conhecemos-nos há bastante tempo … há mais de 20 anos, juntamos-nos através daquelas telefilmes da SIC [SIC Filmes], o qual serviu de escola para muita gente da minha idade … vínhamos de um lado mais técnico do cinema e começamos a realizar e a escrever, e sucessivamente as estruturas foram surgindo. Nós queríamos fazer os nossos filmes e acolher os filmes de outros, apesar de termos dificuldades nesse ramo, mas que já acolhemos como o caso da obra do Pedro Filipe Marques – “O Lugar que Ocupas” (2016).

Novos projetos?

Há novos projetos. Há projetos antigos. Há projetos antiquíssimos. Há projetos do qual já não lembro da sua génese e há um que parou devido à pandemia. Aliás, estávamos a filmar um documentário no topo do Peneda Gerês, em Castro Laboreiro, durante o mês de fevereiro e quando cheguei ao cimo e fechei-me em casa devido à pandemia. Neste momento, o projeto está interrompido, e nem sei como reiniciá-lo. O documentário consistia em percorrer todo o país, e agora nem sei como convencer as pessoas a entrar na casa delas. Aliás, como se faz um documentário desta natureza em tempos de pandemia? Como vou aos Açores filmar uma fábrica e voltar a Castro Laboreiro? Este projeto já tem uma longa história e pelos vistos é para continuar.

Por outro lado, recebi apoios para um novo documentário, que ironicamente também é “para andar por aí”. Nem sei como fazê-lo. Penso que todo este panorama pandémico nos tornaram bastante imóveis, e a primeira crise foi obviamente financeira, porque as pessoas sem dinheiro não vão ... literalmente … a lado nenhum. O mesmo acontece com os filmes e nem sei que futuro é reservado aos documentários face a esta realidade e os novos procedimentos que nos são impostos.