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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

"Dance to me to the end of love"!

Hugo Gomes, 13.06.19

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8 1/2 (Federico Fellini, 1963)

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Scent of a Women (Martin Brest, 1992)

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Pulp Fiction (Quentin Tarantino, 1994)

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Mia Madre (Nanni Moretti, 2015)

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 The Lobster (Yorgos Lanthimos, 2015)

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Os Verdes Anos (Paulo Rocha, 1963)

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Le Notti Bianche (Luchino Visconti, 1953)

Being Woody Allen

Hugo Gomes, 11.06.14

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O quinto trabalho de realização de John Turturro é um tofu, um substituto a …, neste caso a um filme do Woody Allen, sendo que o realizador, ator e argumentista mimetiza e muito o estilo do consagrado autor nova-iorquino. Uma história decorrida numa Nova Iorque característica (pois bem!) onde o jazz é som predominante e com as eventuais divagações da personagem de Woody Allen (interpretado por ele próprio, sem apropriações de persona) e o tom descontraído e leviano como aborda sexo e religião, ingredientes que Turturro soube e muito recriar nesta pintura sob papel vegetal. Mas a questão permanece, com toda esta “cópia”, mais do que meras influências, será que resta alguma frescura em “Fading Gigolo”?

Nem sempre a cópia fica por detrás do original, um facto que foi destacadamente pronunciado na obra de “Orson Welles” - “F for Fake” - contudo no novo e exaustivo trabalho de Turturro assistimos mais a uma aspiração do que uma superação, aliás o realizador convertido joga-se em território simpatizante e não de competição. “Fading Gigolo” é uma comédia simplória, sujeito a rasgos momentos de genialidade delirante, mas que sobrevive duma ideia e é sobre essa mesma ideia que é limado, afinado e composto, sem nunca fugir demasiado da sua promessa enquanto filme. A história remete-nos ao italo-americano Fioravante (Turturro), decidido em envergar a profissão de gigolô após ter sido convencido por Murray (Woody Allen), o seu melhor amigo, mentor e neste caso … proxeneta … um “Cowboy da Meia-Noite” sem “walks on the street” e pretensões para ser produto de luxo.

Ou seja, é a partir deste mesmo resumo que cresce um filme malabarista com todas as referências de um cinema que desde cedo John Turturro não nega, aliás como já havia referido, é fascinado. “Fading Gigolo” tenta ainda incutir nas proximidades do seu desfecho uma crítica social sobre a opressão religiosa à Mulher, o resultado desta requisição é um mero acesso à veia mais emocional e moralista que o seu projeto idealizado tem para oferecer. Perde-se em tentar ser o que não é e eclipsa todo o potencial de cinema que Turturro poderia executar. Ao invés disso temos um filme para “amigos”, apenas dotado com alguma sensibilidade fílmica. Agora que venha o verdadeiro Woody Allen