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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

"Os videoclubes morreram!"

Hugo Gomes, 04.07.19

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Recentemente, Dave Bautista repudiou a ideia de entrar na saga "Fast and Furious” sob o pretexto de apenas “preferir entrar em bons filmes”. Ironicamente, chega às nossas salas um "desmentido".

Vale a pena recordar que filmes como “Escape Plan: The Extractors” eram lançados exclusivamente para mercado "direct-to-video" como forma de progredir no circuito dos videoclubes e nos seus nichos. Como os tempos mudaram, os videoclubes “morreram”, o mercado do "home video" está pelas ruas da amargura e o "streaming" está aí à porta a entregar-nos propostas mais aliciantes, sente-se que este filme de John Herzfeld vem ocupar um lugar não lhe pertence por direito: a sala de cinema. A verdade é que “Ghost Story” ou "Disobedience" (para nomear alguns exemplos recentes e gritantes) foram "despachados" para o "video-on-demand", enquanto que “Escape Plan: The Extractors" chega com o seu direito privilegiado de projeção. Porém, isso são outras histórias e nada disto importa agora para a qualidade do filme.

Falemos então dele: sob fórmulas de evasão prisional, a saga "Escape Plan" começou em 2013 como um pretexto para reunir as estrelas de ação Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Era um produto que apelava mais pelo "star system" do que propriamente pela ideia não tão criativa que se apresentava, o que não impediu que surgisse um segundo tomo, datado de 2018, com Stallone a repetir o papel e tendo como novo parceiro Dave Bautista.

Ambos regressam agora para este protótipo de ação que condensa apenas os requisitos mínimos narrativos e imaginativos. Exibindo toda uma seriedade ou pretensão dramática que evita que o filme avance por territórios "camp" ou simplesmente escapistas, mesmo que o seu desenvolvimento não seja capaz de complexidades ou sintomas do género. E acrescenta uma pose sedutora para com o mercado chinês… quem diria? Não há nada de grave em “Escape Plan: The Extractors". Não é este tipo de produções "paraquedas" que são o atual “cancro” da indústria. E tendo em conta a qualidade do seu desempenho, Sylvester Stallone demonstra que tem a perfeita noção do projeto em que se insere. Se não havia fé nisto, queriam o quê? Milagres!?