O Halloween envelhecido
Por mais que se escreva sobre Halloween, o original de Carpenter obviamente, há que afirmar que é um filme do seu tempo, e … agora vem a parte da controvérsia … deve estar lá contextualizado. Em relação a esta “prolongação” da "facaria", os primeiros minutos são cruciais para entendermos o quanto “datado” é este Halloween. É que após anos e anos de investigação médica conclui-se que “Michael Myers é puro mal”, ou seja estamos aqui escancarados num autêntico atentado à inteligência do espectador, muito mais tendo em conta que vivemos num mundo-Trump, onde o maniqueísmo primário é servido como reação à lá Pavlov. Obviamente que jogamos por entre uma comédia involuntária, bafienta para com os já conhecidos códigos do slasher movie onde só o final parece redimir, mas encontra-se longe de salvar um filme sentenciado à pena de morte. Depois disto, o tão infamado remake de Rob Zombie possui mais dimensão psicológica. Quanto a Carpenter, o facto de aprovar isto, nota-se obviamente que tem contas para pagar.