Barbie?! Será prequela?
Lars and the Real Girl (Craig Gillespie, 2007)
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É o “Joker da Disney”, a comparação que tem rendido publicidade garantida a esta “prequela” de uma das personagens mais célebres do universo Disney, “Cruella De Vil”, não é de todo um paralelismo descabido.
Recordamos que de Cruella muitas peles foram vestidas, a diabólica estilista que perseguia cachorrinhos começou com a voz de Betty Lou Gerson em “101 Dálmatas” (1961 [o filme que salvou o departamento de animação do estúdio da bancarrota]) e mais tarde “estrela” de uma adaptação live-action (1996, escrito por John Hughes) com Glenn Close a desempenhar tal entidade, agora deparando-se na posse de Emma Stone é igualmente um fruto da nossa sociedade e destes tempos fervorosos quanto a sentimentos de injustiça social, assim como o mencionado e comparado filme de Todd Phillips. E tal como “Joker”, transcreve tais pensamentos para a década de 70 (com alguns anacronismos à mistura, concebidos graças à ficção). A história de uma trágica órfã que planeia uma insaciável vingança na forma de um alter-ego anárquico (não é preciso mencionar o nome dessa figura), é claramente um filme, até à sua medula, com o selo Disney, logo, a representação do anti-herói é (sempre foi) um “bicho-de-sete-cabeças” para o estúdio.
Contudo, “Cruella” balança a sua malvadez [irreverência] e a bafienta tendência de conto de fadas “disnesco” (o trauma como catarse na criação do vilão, correntes libertadas desde o ineficiente “Maleficient”) sob um teor punk e porque não, popluxo (devemos salientar o guarda-roupa criado pela duplamente oscarizada Jenny Beaven [“Mad Max: Fury Road”, “A Room with a View”]), funcionando como um filme negro dentro dos parâmetros desta linha de montagem, mesmo com os seus constantes recuos de forma a consolidar a consciência da nossa contemporaneidade. Mas, onde “Cruella” realmente regozija, é na escolha de Emma Stone que se rende totalmente a esta “psique” com estilo e graciosidade necessária e a outra Emma (Thompson) a emprestar-se à caricatura de uma estilista odiosa à parte, um duo garantido em constante oposição, que sustenta este trabalho de Craig Gillespie (“Lars and the Real Girl”, “I, Tonya”) da esperada cedência da perfeita banalidade temática.
Contudo, talvez sejam estes ventos altamente polarizados e radicalizados que nos fazem olhar duas vezes para os vilões do nosso imaginário e encará-los como incompreendidos, e a Disney tem sido o centro disso com as revisitações à sua galeria de antagonistas. Será uma mudança das anteriores convenções maniqueístas? Conforme seja a resposta, definitivamente “Cruella” não as dará, porém, é possivelmente dos mais pensados e elaborados filmes que o estúdio Disney nos garantiu nos últimos anos.
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