Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Um Imperdoável com Michael Caine e Zulus!

Hugo Gomes, 19.03.25

skynews-zulu-michael-caine-6083128_52he.jpg

Aceitando com bastante agrado o convite do Rui Alves de Sousa ao seu podcast / jornada “Imperdoável”, sobre filmes “imperdoáveis”, eis uma conversa com pontos sérios mas muita galhofa à volta de “Zulu” de Cy Endfield (1964). Nos 39 Degraus da Cinemateca, falamos para além do filme, guerras em grande ecrã, fraquezas de Nolan que ninguém admite, Michael Caine, propagandas no cinema, Ninjas Americanos e Academia de Polícias e frases de engate. Para ouvir aqui:

 

"We burned the forest down."

Hugo Gomes, 06.01.25

Captura de ecrã_1-1-2025_21137_www.youtube.com.jp

"With respect Master Wayne, perhaps this is a man that you don't fully understand, either. A long time ago, I was in Burma. My friends and I were working for the local government. They were trying to buy the loyalty of tribal leaders by bribing them with precious stones. But their caravans were being raided in a forest north of Rangoon by a bandit. So, we went looking for the stones. But in six months, we never met anybody who traded with him. One day, I saw a child playing with a ruby the size of a tangerine. The bandit had been throwing them away."

"So why steal them?"

"Well, because he thought it was good sport. Because some men aren't looking for anything logical, like money. They can't be bought, bullied, reasoned, or negotiated with. Some men just want to watch the world burn."

Captura de ecrã_1-1-2025_211416_www.youtube.com.j

"The bandit, in the forest in Burma, did you catch him?"

"Yes."

"How?"

"We burned the forest down."

 

- Michael Caine / Christian Bale em "The Dark Knight" (Christopher Nolan, 2008) -

Falsos Gémeos

Hugo Gomes, 24.05.24

freddie-highmore-people-in-tv-photo-u4.jpg

Freddie Highmore em "The Spiderwick Chronicles" (Mark Waters, 2008)

69457649_2355305141232592_4552345972876771328_n.jp

Bette Midler em "Big Business" (Jim Abrahams, 1988)

jack_and_jill.jpg

Adam Sandler em "Jack and Jill" (Dennis Dugan, 2011)

iron-mask-leo.webp

Leonardo DiCaprio em "The Man in the Iron Mask" (Randal Wallace, 1998)

doble-impacto-sheldon-lettich-vanavision.jpg

Jean-Claude Van Damme em "Double Impact" (Sheldon Lettich, 1991)

social-network.webp

Armie Hammer em "The Social Network" (David Fincher, 2010)

VIDEO-SHARE-13149.jpg

Lindsay Lohan em "The Parent Trap" (Nancy Meyers, 1998)

Nicolas-Cage-como-Charlie-Kaufman-y-su-hermano-Don

Nicolas Cage em "Adaptation." (Spike Jonze, 2002)

MV5BMjA4Mzg5Mjc2Ml5BMl5BanBnXkFtZTcwMjQxOTMwMg@@._

Edward Norton em "Leaves of Grass" (Tim Blake Nelson, 2009)

20LEGEND1-superJumbo.jpg

Tom Hardy em "Legend" (Brian Helgeland, 2015)

descarregar.jpg

Carloto Cotta em "A Semente do Mal" (Gabriel Abrante, 2023)

dead-ringers.webp

Jeremy Irons em "Dead Ringers" (David Cronenberg, 1988)

TwinDragons_6.webp

Jackie Chan em "Twin Dragons" (Ringo Lam & Tsui Hark, 1992)

deadringer2.webp

Bette Davis em "Dead Ringer" (Paul Henreid, 1964)

bordens-first-line-reveals-the-truth-about-his-tri

Christian Bale em "The Prestige" (Christopher Nolan, 2006)

1e3e94cc046a29b9d9a283a2bc82903093-09-jake-gyllenh

Jake Gyllenhaal em "Enemy" (Denis Villeneuve, 2013) 

Oscars 2024: depois das legislativas, o atómico

Hugo Gomes, 11.03.24

lcimg-4d78941b-0375-4b97-b7f0-1af69e903342.jpeg

Como costumo dizer no final de cada cerimónia - "Acabaram-se os Óscares, que regressa o Cinema" - este ano, simplesmente, não aconteceu... E não me refiro aos vencedores, obviamente, a gala de prémios foi a mais previsível desde que "Coda" (quem?) abocanhou a estatueta de Melhor Filme numa noite quente marcada à bofetada. Não, o motivo foram as eleições legislativas altamente disputadas que tiraram o sono a qualquer português. Depois disto, qual o interesse de ver "Oppenheimer", o "mais importante filme do século", como vozes em uníssono declararam antes da produção estrear, levar um punhado de "homens dourados" (com alguns bem discutíveis, "Montagem? Por favor", outros bem merecidos como Robert Downey Jr. enquanto ator secundário)? Contudo, como é tradição aqui no espaço, um comentário - meio ácido, aviso desde já - da noite que se fez para lá de Los Angeles a marcar a manhã de uma ressacada segunda-feira. Portanto, cá vai:

Como tinha afirmado, Nolan é o esperadíssimo vencedor, antevendo um circuito altamente previsível e homogéneo. Cillian Murphy sai sorridente em oposição de um "Maestro" tristonho e vazio (para um filme com uma realização daquelas merecia mais, mas nada neste mundo é justo). Emma Stone, a frankensteiniana criatura de "Poor Things" de Yorgos Lanthimos, faz uma rasteira a Lily Gladstone na categoria de Melhor Atriz, e na mais disputada categoria, a de atriz secundária, Da'Vine Joy Randolph de "The Holdovers" acena às derrotadas America Ferrara e Danielle Brooks. Outra categoria digna de nota é a de Filme Internacional, com o britânico falado em alemão "Zone of Interest" a sobrepor-se a "Perfect Days" e "The Teacher's Lounge", sacudindo alguns fantasmas do Holocausto e incomodando, como se percebeu no discurso de Glazer, o conflito israelo-palestiniano. E por fim, digno de nota, o nipónico e "underdog" "Godzilla Minus One" a triunfar na competição dos efeitos visuais, deixando para trás candidatos com potencial como "The Creator" e o terceiro "Guardians of the Galaxy", e (confesso, o prémio que mais felicidade me trouxe), a animação para "The Boy and the Heron" do nosso mestre Hayao Miyazaki.

E pronto, é isto. "Acabaram-se os Óscares, que regressa o Cinema"!

Sempre os mesmos?!

Hugo Gomes, 23.01.24

oppenheimer_alamos.jpg

Oppenheimer (Christopher Nolan, 2023)

Ontem foram anunciados os "premiados" da OFCS (Online Film Critics Society), na qual participo, e constatei que são exatamente os mesmos nas suas devidas categorias em relação a outra enxurrada de prémios e círculos de crítica. Hoje, confirma-se a "harmonia" com as nomeações aos Óscares, como se fosse um campeonato. O que mais entristece não são os prémios, mas sim como este círculo de críticos parece não sair daquele formato de "gosto". Deixou há muito de existir exigência, e sobretudo, pensamento. Temo que a Crítica de Cinema se transforme em algo meramente decorativo... e estrelado.

O atômico Nolan e o seu Dr. Estranho Amor

Hugo Gomes, 19.07.23

184628-dyagskidwr-1671467320.jpeg

Falemos de um génio que nem é bem um sábio, um homem de convicções fortes mesmo assim, cuja sua ciência culmina numa arma de destruição, “testada” enquanto “golpe de misericórdia” ao oponente de Guerra. Mais de 200 mil vidas, a soma de Hiroshima e Nagasaki, desvanecidas, o custo da tal invenção, esse ultimato ostentativo que segundo o seu criador é capaz de dilacerar o Mundo. Digamos que o “pai da bomba atómica” - legado amaldiçoado - J. Robert Oppenheimer é uma figura e tanto, o Prometeus do último século, da modernidade dele apresentada se forjou a Caixa de Pandora, e ao seu “mensageiro divino” o “esventramento”, o “sacrifício” em regozijo dos mortais que deleitam o seu “roubado fogo do Olimpo”. Este seria uma “personagem” a merecer justiça no leito cinematográfico, mas para isso bastaria alguém dedicado à sua psicologia, à sua consciência, delinear aquela culpa do tamanho do Mundo ou simplesmente desvendar o seu martírio, um realizador de Homens, um autor de sentimentos e relações, um observador do seu redor. 

Infelizmente ‘calhou-nos’ Christopher Nolan - o grandiloquente Nolan, o messianico Nolan, o sebastiânico Nolan - cuja megalomania produtiva “engole” um homem, uma personagem e os seus devidos atores. Abre-se as “Portas do Inferno”, a estrutura operática (e no sentido literal, obviamente, com o compositor Ludwig Göransson a demonstrar escola à lá Hans Zimmer), um espectáculo ambicioso, deixando à mercê uma esquemática de biopic a apontar para Oeste (para a estatueta para sermos mais certeiros). Sim, tudo convencional, apenas “embrulhado” numa sonoplastia mastodôntica e um visual aprumado, esmagando toda a intenção de aproximação à encarnação de Cillian Murphy que tudo tenta em atribuir dignidade ao seu “Destruidor de Mundos”, só que a aliança com Nolan é unilateral, a montagem propositadamente desorganizada, o “rally-tascas” para com as vinhetas históricas (elenco de luxo para meros “bonecos de cartão”), e pior que isso, sendo essa a grande fraqueza do realizador britânico, a desinteressada dedicação na direção de atores (resultado - anda tudo a trabalhar para a ilustração). 

Enfim, complicar o que não precisava de complicar, apenas fazer-se ouvir e ouvir o que “Oppenheimer” [o homem, como o filme] teria para dizer … até porque, tal como acontece nesta metragem, ninguém parece falar com ninguém, apenas debitar discursos sem direito a resposta. Radioativo, este Nolan, cada vez mais demonstrando a sua posse destruidora em prol de um espectáculo “enfarta-brutos”, um trailer de três horas, tendo em questão o seu ritmo “bicho-carpinteiro”, que nos faz questionar sobre a existência de Deuses no Cinema e nos confirmar a presença de Ceifeiros.

Now I am become Death, the destroyer of worlds

A crítica 5 estrelas!

Hugo Gomes, 18.07.23

oppenheimer-cillian-murphy.jpg.webp

Oppenheimer (Christopher Nolan, 2023)

Sobre a crítica de cinema e a sua fusão para com o "marketing" do filme: as estrelas tornam-se o sedutor cruzar de pernas para o mercado, e com isto, nunca normalizou-se tanto o conceito de 5 estrelas (sim, numa altura que vai estrear um novo Nolan, este pensamento não é acidental) como agora. O estatuto "obra-prima" perdeu o seu encanto, ou exclusividade.

Em inversão de marcha pelo resgate do espectáculo cinematográfico

Hugo Gomes, 25.08.20

870x489_076_chl_176523.jpg

Tempos estranhos, aqueles que estamos a vivenciar. Do qual ficamos perplexos ao admirar multidões que se reúnem em óperas, lotando salas, como aquela que indiciamos nos primeiros minutos de “Tenet”. Pois bem, julgávamos nós que iríamos presenciar uma pequena amostra da performance da orquestra no palco, infelizmente (talvez os mais que habituados às iguais sinfonias), temos a alternativa dos rompantes trombones à lá Hans Zimmer (compositor que nas mãos de Christopher Nolan soa como um génio de um só acorde, aqui substituído por Ludwig Göransson), que dão entrada ao golpe, espaço tão familiar e comum no cinema do realizador. Mas não desviemos do objetivo, e novamente sublinhando o incomum da nossa disposição, é na empatia para com as máscaras vitais que o nosso protagonista e a sua trupe terão que recorrer num mundo, literalmente, ao “contrário”, ou seja, estranho mundo este em que identificamos com tais adereços.

Com isto, saliento, assim como muitos filmes que tem suscitado nas nossas salas de cinema após a nossa exposição de um confinamento longo acompanhado por um medo imposto pelos medias, redes sociais e não só, “Tenet” alterou-se perante o empírico da sua audiência. Porém, é também na vitalidade do cinema enquanto negócio que depositamos a fé em Nolan neste filme, até então, misterioso, mas que mesmo assim consumiu 200 milhões de dólares de orçamento. Como tal, adquire o seu quê de messiânico e comporta-se (isso mesmo) como a última “bolacha do pacote” em termos operáticos, sem com isto apercebermos que o realizador, aliás autor de uma indústria vincada, megalómana e destruidora, oferece-nos o mesmo joguete. Complicar o que não merece ser descomplicado, extraindo um enredo simples e por via de acupuntura, alfinetar com os diferentes atalhos de pseudociência (física quântica para a mesa quatro), daquela que Nolan nos habituara e que em certos casos funcionava às mil maravilhas (“Inception”, por exemplo, continua como o seu filme fundamental para entender a sua natureza de espectáculo).

Tenet” impõe-nos uma trama globalizada, algo que Ian Fleming se lembraria para induzir o seu amado James Bond em mais uma demanda ao serviço de sua Majestade, mas aqui, a espionagem física e brutalizada por um desencanto contagioso nas suas virtudes técnicas (a fotografia amarelada tão monótona como o próprio concreto que maioritariamente serve de cenário) é recolhido por um macguffin temporal, a desculpa servida em bandeja para a atração de cartaz deste mesmo circo.

Elizabeth-Debicki-tenet.jpg

Sem surpresas (aliás porque os trailer assim o mostraram), a ação, muito afastada da pornografia CGI, é dependente da inversão, o fast forward para entendidos. Para sermos sinceros, nada impressiona nessas imagens de marcha-a-ré. A culpa? Essa, advém dos 120 anos de história cinematográfica, desde a invenção acidental dos irmãos Lumière que funcionou num artifício de espanto, quando o público deparou com um muro de pedra que ao invés de tombar, ergue-se “milagrosamente” dos seus próprios destroços ("Démolition d’un Mur”, 1896). E o que dizer das constantes acelerações da cómica série "Benny Hill” ou dos populares (hoje esquecidos no pó) “Gods Must Be Crazy”? Isto tudo para afirmar o óbvio, que mesmo sob o selo de espetacularidade embrulhadas nestas sequências de adrenalina sintética, o movimento não é um feito nem uma descoberta, é a reutilização de algo visto, revisto e reproduzido em incontáveis ocasiões. E basta ir fora do audiovisual tradicional, qualquer plataforma de vídeos tem ao seu lote de “brincadeiras temporais”.

Quanto ao filme propriamente dito, “Tenet” apoia-se na incapacidade acrescida de Nolan em criar personagens, recolher emoções sem a cumplicidade do seu compositor fetiche e com isso, dirigir os seus atores de forma transgressiva. O resultado está à vista, um John David Washington que soa mais enfadado que o próprio filme ou um Kenneth Branagh over the top em vestes de um traficante russo que condensa um dos mais esquecíveis vilões da galeria de Nolan. Enfim, apenas Elizabeth Debicki, mesmo com uma personagem chapa 5, consegue trazer charme a um "mastodonte" isento dele.

Certamente, não é este o futuro ou a dependência do cinema, mas é, à sua maneira, um filme adequado para estes tempos distorcidos e … estranhos. Cinema espetáculo que ondula nas mazelas da sua própria indústria.

Quantos Nolans cabem em Tenet?

Hugo Gomes, 24.08.20

maxresdefault.jpg

À espera de Nolan … assim estão algumas cadeias de cinema que olham para este blockbuster de quase 200 milhões de dólares de orçamento como a salvação de um negócio em ruínas. E quanto a nós, espectadores? O que podemos esperar de Nolan e o seu Tenet? Fácil, o cinema equacional, simples mas distorcido num quebra-cabeças chapado só para nos dar o seu ar de pseudo-intelectual. Pesado enfarta-brutos dramático com ação como se última de ponta fosse. Nolan a ser Nolan e a esquecer que é preciso menos Nolan para aguentar esta quantidade de Nolan.

 

10 Anos depois ... Nolan sonhou, a obra concretizou

Hugo Gomes, 12.08.20

Inception-Photo-by-Stephen-Vaughan-©-2010-Warner-

A regressar aos cinemas antes da estreia do novo "Tenet", o primeiro "blockbuster" da era COVID-19, “Inception” (“A Origem”) parte da extensão de um certo gesto autoral vindo do realizador Christopher Nolan, que dentro de um sistema industrial megalómano tem vindo a demonstrar um toque pessoal conciso na ressurreição da grande produção "hollywoodesca", que vem da trilogia “The Dark Knight”.

Estamos a referir-nos à sua temática de tempo & memória, aqui evidentemente esboçada no contexto dos sonhos servidos de objetivo a um mímico "filme de golpe". E assim começamos com o plano engendrado num elenco de luxo (Leonardo DiCaprio, Cillian Murphy, Marion Cotillard, Ellen Page, Michael Caine, Tom Hardy, Joseph Gordon-Levitt, Ken Watanabe), que funciona no seu coletivo enquanto Nolan trabalha para lhes conceder um cenário de ação física e hiperativa, jogando igualmente com as equações matemáticas que se difundem na narrativa.

Passados 10 anos, “A Origem” continua a demonstrar a força convicta de uma produção arriscada, de um uso generoso de efeitos visuais (nunca cedendo à artificialidade computadorizada) e da banda sonora de fulgor épico-pop, como parece ser habitual vindo da assinatura de Hans Zimmer. Não nos enganemos: esta megaprodução opera os lugares cobiçados do cinema espetáculo a grande escala, mas assume essa grandeza sem nunca perder um norte.

Há uma década, vimos em “A Origem” um tipo de ensaio operático que não se testemunhava há “séculos” na Sétima Arte. Chegou no preciso momento em que o facilitismo entrou porta adentro na cadeia produtiva (sublinhamos a “pornografia” CGI, mas também a exploração do filão 3D pós-"Avatar"), com os autores no cinema, estivessem ou não sincronizados com as tendências de público, a serem esmagados pelos ditames do marketing planeado por comités anónimos. Nesse sentido, é fácil de encontrar o ponto de fascínio deste tremendo "blockbuster" que é "A Origem": nunca ceder à padronização do espectador e tentar, mesmo dentro dos acordes do que encaramos como espetáculo, criar um exercício de engenho pronto a ser interpretado ou encriptado.

O seu dúbio final continua a suscitar debates, teorias e fórmulas para o tentar decifrar. Ao fim destes anos, não tenhamos dúvidas que o filme mantém o seu impacto, nos espectadores e na indústria, uma raridade que se destaca entre as cada vez mais débeis produções de grande escala das "majors" de Hollywood. Sem negar a importância de “A Origem” no rumo do cinema atual (na conceção circense ou meramente na moldável natureza da indústria, além da estética de epopeia agora cobiçada até à sua exaustão), como aconteceu com o "Jaws" de Spielberg há 45 anos, Christopher Nolan revolucionou uma forma de se fazer e vender filmes para massas, sem nunca desprezar o seu intelecto.

Essa tem sido a sua grande obra, mesmo que o ego tenha caído para a exibição pura nas posteriores “escapadelas” por diferentes géneros, da ficção espacial de “Interstellar” ao bélico frenético de “Dunkirk”. No balanço, “A Origem” continua a ser um dos belíssimos "blockbusters" do século XXI.