Anouk Aimée (1932 - 2024): permissão para contemplar os teus olhos
Foi Lola, Madalena, a esposa do fictício e ao mesmo tempo autobiográfico realizador de “8 ½” e a eterna companheira de Jean-Louis Trintignant nas demandas amorosas de Lelouch, foi isso sim, mas deixem-me acrescentar à lista das homenagens um pequeno e sedutor papel de Anouk Aimée, que por detrás das cortinas vermelhas, ou por debaixo de uma mesa de jantar, a sedução em pessoa acompanhado, contrariamente, por um olhar meigo, daquela meiguice proustiana que transporta qualquer homem para os “braços da sua mãe”. Aconteceu em “Le Rideau cramoisi”, curta tentadora do crítico Alexandre Astruc (1953), crimes de paixão que especificam o poder daqueles olhos que o enlouqueceram.