Que crítico és tu?
“O papel do crítico é levar as pessoas ao cinema”.
Não! Não é.
A relevância, ou não, do crítico evidencia-se na sua capacidade de se fazer pensar sobre os filmes e com isso desvendando a sua relação com o Mundo. Obviamente que não existe definição concreta nem pragmática sobre o que é um crítico de cinema, e nem vamos por aqui discutir a cerne desses mesmos propósitos. Mas eis que entra a minha crença: na disposição deste, digamos, “pensador” perante o seu filme, o seu Cinema, a sua Arte, entra um gesto egoísta, ou até mais, umbiguista, associando a experiência “pessoal” com a sua, derradeira (nem tanto), perspetiva.
Num ano onde o Cinema comemora os seus 125 anos, falar de críticos e de críticas de cinema é uma postura inglória, desviante e aparentemente burlesca para com esses sonhos de grande tela. O que refiro é, que em tempos onde o Cinema é posicionado na corda bamba, a crítica atira-se para as suas respetivas trincheiras, por um lado, salvar a sala incentivando o público, por outro, incentivar a reflexão cinematográfica, mas ambos unem esforços para preservar a cinefilia (porém, não há equações infalíveis).
De que lado deverão estar?