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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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O último pensante português ... e agora?

Hugo Gomes, 01.12.20

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O Labirinto da Saudade (Miguel Gonçalves Mendes, 2018)

De Eduardo Lourenço o único contacto que obtive foi um aperto de mão, mas isto não é sobre a “proximidade” com o ensaísta e filósofo que nos deixou hoje com uma idade impressionante de 97 anos (quem me dera chegar lá um dia), e sim sobre o título o qual acompanha o seu anúncio de morte e o que também partilho: “morreu o último pensador de Portugal”. A verdade, é que numa era onde a intelectualidade é tida como ameaça aos velhos valores e paradoxalmente visto como obsoleto, uma inutilidade social, adquirindo características próprias e únicas do privilegio ou simplesmente, a dissociação para com uma arrogância, um ser pensante é algo impensável, inconcebível e sobretudo longe de ser amado. Porém, Lourenço era amado, apreciado, venerado, o seu filosofar conquistou e gerou uma geração que o pretendia seguir. Só que seguidismo não criam intelectualidades, apenas reforçam correntes de pensamento, mantendo-as vivas e a tornar-las autoritárias. Com o desaparecimento do “ultimo pensador”, penso para mim, quem deterá atualmente esse título? Quem condensará todas as qualidade, e não as mesmas reflexões e ideias, que Eduardo Lourenço? Em tempos onde todos desejam agir pelo impulso das suas emoções, pensar é mais que rarefeito.

 

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