No coração dos "dois" Garrel(s)
Quem lida comigo conhece perfeitamente os meus sentimentos em relação à obra de Philippe Garrel, nomeadamente à ultima fase (ainda a decorrer). Contudo, ao rever o "Le Coeur Fantôme" ("O Coração Fantasma") deparei ainda mais com o porquê dessa “repudia” aos seus últimos trabalhos.
Em "Le Coeur Fantôme", Garrel filma expressões, as personagens tem, por fim, uma face a preencher a tela, e nela, sem o uso de qualquer palavra, comunicam emocionalmente com o espectador (o olhar de Luís Rego diz tudo e mais alguma coisa). Uma “mania” perdida com um Garrel que começou a filmar as relações de longe, ingenuamente de longe.
Mas o que mais me fascinou neste revisitar fantasmagórico foi o peito cheio de masculinidade, sem receio às “balas” apontadas. Sim, "Le Coeur Fantôme" é um filme masculino, e ao mesmo tempo um filme sensível sem tentar produzir faíscas de empatia com o género oposto. Fala-nos de amor e ao mesmo tempo interroga esses mesmos afectos. Porquê amamos? Será que amar tem prazo de validade? Ou, teremos a necessidade de amar?
Questões … e questões … questiono … intrigado, porém, questiono .