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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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Michael Douglas: o homem que odeia mulheres?

Hugo Gomes, 14.02.21

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Fatal Atraction (Adrian Lyne, 1987)

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Basic Instinct (Paul Verhoeven, 1992)

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Disclosure (Barry Levinson, 1994)

Digamos que o maior inimigo de Michael Douglas sempre fora a Mulher, o resumo da suas intrigas hollywoodescas, muitas destas integradas na sua joia da coroa enquanto ator. Assim foi em 1987, quando por vias do desejo (sempre o desencadeador desta trindade que vos falo) envolve-se com Glenn Close em “Fatal Atraction”, de Adrian Lyne (que mais tarde concederia uma resposta mais amena a este extremismo com “Unfaithful”), uma espécie de “Jaws para homens casados”, adquire nos dias de hoje um novo sentido e compaixão pela, diversas vezes reduzida a psicopatia compulsiva, Alex Forrest (Close).
 
Cinco anos depois, na pele de um detetive, Douglas viola o seu próprio código deontológico, seduzindo e deixando-se seduzir pela novelista e principal suspeita do brutal homicídio que investiga - Catherine Tramell (Sharon Stone) - em “Basic Instinct”. Não tendo o mesmo impacto que os anteriores, e porque por vezes a “terceira não é de vez”, Douglas, mero empregado, é assediado sexualmente pela sua superior hierárquica, uma Demi Moore pronta a destruir tudo e todos em nome da sua fantasia em “Disclosure”.
 
Com esta trilogia e a passagem de anos que acarreta, começamos a duvidar da, até então, “inocência” de Douglas nestas suas avessas com o sexo feminino, e sob um novo olhar (entendendo a dominância masculina em Hollywood), questionamos se não será o próprio ator o verdadeiro antagonista, o atormento deste clube de incompreendidas? A verdade, é que todas elas cedem ao seu encanto de alguma forma!