Hollywood made in Iceland
Produção islandesa de fazer inveja a muito estúdio, “Operation Napoleon” é um thriller conspiracional sobre a descoberta de destroços de um avião nazi nas tundras da Islândia que vai culminar num silencioso conflito global.
Entre os “heróis” improváveis, bem ao jeito hitchcockiano [à hora errada e no lugar errado], encontramos uma advogada destemida (Vivian Ólafsdóttir), envolvida na “trapalhada”, ao pedido do seu irmão, aventureiro de espírito que acidentalmente encontra tais ruínas marcadas com a suástica, sendo eventualmente perseguido e capturado por uma elite da Inteligência Americana. Sim, os americanos, o costumeiros “bonzinhos “ da fita são aqui retratado como forças antagónicas sem timidez para a influência mundial, lideradas pelo ator escocês Iain Glen (da série “Game of Thrones”, e vilão do franchise “Resident Evil”), que verdade seja dita, já experiente nesse tipo de sujeito sem escrúpulos.
Deixemos eles ficarem com os louros de “bad guys”, visto já ser tradição em Hollywood o sentimento de perseguição do resto do Mundo para com o lar dos patriotas e dos estados estrelares, e não é por isso que o “gato vai às filhoses”. Contudo, se vamos seguir a onda da ação gélida, então seguir o rasto deste avião e os seus segredos obscuros revela-nos mais interesse na promessa (o “macguffin” tem o seu quê de misterioso) do que na jornada, esta ditada por lugares-comuns, algumas incoerências na lógica e na razão e sobretudo previsibilidade.
Nada aqui é jogado fora, tudo é encaixado e previamente oleado para escorrer sem perturbações no goto do espectador, duas horas de espéctaculo mais recauchutado, sendo que … tcharam! … a sua nacionalidade apresenta-nos um admirável mundo novo (ou currículo para o realizador Óskar Thór Axelsson para futuros cargos norte-americanos, quem sabe). Mas fora desse (curioso) pormenor, nada de relevante é colhido, apenas sementes para uma “sequela”, caso for bem-sucedido.