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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

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Hercúleo fracasso!

Hugo Gomes, 01.08.14

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Em “Hércules”, de Brett Ratner, existem duas ‘coisas’ que temos que ter em conta. A primeira é que não é uma tarefa hercúlea superar a hedionda versão de Renny Harlin. Já a segunda é que o marketing em Portugal em torno da interpretação de Irina Shayk é somente exagero e mediatismo, estando a participação da modelo russa reduzida a um mero cameo. Portanto, e após estes dois aspetos, só resta ver o que de bom tem este Hércules.

Um bom conselho, aliás, não fosse o facto que até o menos assíduo dos espectadores irá ser “atacado” por um vasto leque de “déjà vu”, e o mais alarmante é que tudo indica que a produção não se esforça em esconder. A começar pela própria ideia generalizada do filme, o modernizar um dos mais queridos e célebres heróis da mitologia grega, o homónimo gigante munido de uma força sobre-humana que é descaradamente reduzido a uma figura hollywoodesca dependente do carisma de Dwayne Johnson, e nada mais.

Aliás, o ator que tem servido como um verdadeiro Midas de várias produções de entretenimento é o Atlas [referenciando, mais uma vez, a mitologia local] desta fita visualmente e cenicamente bem composta, mas regida por fórmulas decadentes. Brett Ratner começa por invocar as séries televisivas rotineiras e trash, da dinastia de Kevin Sorbo ou de Lucy Lawless, até se arrastar em protótipos de Conan, dos tempos áureos de Schwarzenegger, acabando por terminar em créditos finais vergonhosamente com aspiração a “300”. Ou seja, tudo em “Hércules” é cliché, tão previsível e ridicularizado por uma narrativa mal «colada».

Mas o filme é assim tão mau? Dentro dos parâmetros do entretenimento mais despreocupado, o filme de Ratner é pomposo e não “aborrece” ninguém. Porém, é banalmente irritante e tendo em conta os gastos e os talentos aqui depositados (John Hurt, Ian McShane, Rufus Sewell, por exemplo), é um verdadeiro desperdício que só Dwayne Johnson consegue salvar. Novamente referenciando a mitologia grega (prometo que é a última), o ator prova mais uma vez que é digno de um lugar nos Campos Elísios.

 

“No matter how far you go, man cannot escape his fate. Who are you? Are you a murderer? Are you a mercenary who turns his back on the innocent? We believe in you! We have faith in you! Remember the deeds you have performed, the labors you have overcome! Are you only the legend, or are you truth behind the legend? Now, tell me, WHO ARE YOU?”

“I AM HERCULES!”