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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

(... e porque ninguém 'gosta' de críticos)

Hugo Gomes, 12.02.24

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Sou um pessimista em relação ao amanhã da Crítica de Cinema... Acredito que a única sobrevivência reside no seu praticado romantismo; o resto é negligência atrás de negligência, seja pela sociedade que, para o bem e para o mal, decidiu democratizá-la, tornando-a somente numa questão de gostos e, com isso, convertendo-a numa "arte" ao nível de qualquer um - ser crítico basta acreditar que se é. É com esta mensagem que nos deparamos na solução da fórmula, mas o que observamos é a sua extinção, adquire-se o "gosto" e o "não-gosto", Rotten Tomatoes e hipérboles adjetivas para descrever o inclassificável, e voilà, mata-se um ofício em prol de uma acessibilidade primordial (reduzindo-se a uma 'opinião').

Com isto, digo, repito e insisto (quem não quiser "ouvir" não é obrigado a estar na minha companhia): a crítica não pode ser servida como aliada ao mercado (ninguém enriquecerá a ser um, e a ingratidão será sempre a “merecida” recompensa); deve-se, ao invés, emancipar-se, apresentar ideias acima da mera catalogação, debater para além do preto e branco, o dito cinzentismo, e não reduzir-se a pragmatismos sem frutos, é uma das vias que manifesta-se como salvação, o Deus Ex Machina para vivências sem futuro. Recordo-me de alguém ter-me apontado o dedo furtivamente após as minhas “queixas” acerca da subsistência desta comunidade, acusando-me: "tens a mania que és o embaixador da crítica de cinema"... Não sei se sou ou se estou apenas a achar, mas é claro que não me limito a seguir para o Batalha e apresentar-me numa bolha protecionista quanto ao meu privilégio, ao menos isso. Nesse sentido, se os críticos que cá estão não conseguem defender a sua própria classe, então "andor", retirem-se e deixem lugar para outros.

A crítica de cinema tem que Viver, nem que para isso tenha que morrer antes, e em efeito Lázaro, ressurgir mais forte e independente. Até porque, como vemos na foto, eles não precisam de nós.

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