No Quarto da Cláudia, as noites parecem todas iguais
Hugo Gomes, 03.07.21
No ano 2000, o cinema português encontrou entre quatro paredes o culminar da sua arte, despindo-se da ficção e focando num "não-lugar" em transformação com "No Quarto da Vanda" de Pedro Costa. Curiosamente, foi também o ano do obscuro "Noites" de Cláudia Tomaz, que partilha um espírito-irmão com a referida obra de Costa.
Para a iniciativa "Vamos Falar Sobre Cinema Português" do Estúdio de Investigação de História Oral Audiovisual do Cinema Português, decidi contextualizar "Noites" num espaço não-convencional, mas que em breve iria se tornar num lugar-comum.
"O espectador é assim convidado a esta miséria performativa que transcreve um coletivo experiencial, porque para Tomaz, eles são João e Teresa, desta forma introduzidos por diálogos trocados, mas bem poderiam ser qualquer João e qualquer Teresa. A ficção não conta aqui, somente a exposição, o simulacro de um realismo formal, sujo e intensamente soturno."
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