Dança com a simbiose ...
Não procuremos o sentido da vida em “Venom: The Last Dance” (Ruben Fleischer e Andy Serkis dão lugar a Kelly Marcel na “direção”), mas também não nos contentaremos com aquilo que este filme nos deseja emanar: entretenimento custe o que custar, nem que para isso sacrifique personagens, relações e até mesmo diálogos. Nesse último ponto, a exposição na sua abertura revela-nos para o que aqui viemos, a desvirtuação dos mesmo, a economia básica e quase primitiva, o essencial infantilizado. o resto, é uma viagem que se faz de conta que é um filme, fingimos que existem personagens, e entende-se também que se pretende existir consequências neste enésimo enredo de apocalipse à porta.
O que a “pequena” saga “Venom” nos ensinou, é que basta Tom Hardy e o seu ventriloquismo tecnológico para compensar a viagem porcamente mal esbanjada em quase duas horas de ação algorítmica e de espalhafato CGI com macguffin “caído do céu” em nome da equação, o restante, com algum humor brejeiro à mistura e uma ou outra tendência de corromper a auto-censura (é um filme de comics no sentido mais imaturo do seu ser), dois olhares assertivos no relógio e voilá, temos estrutura formulaica em que a Sony, parece fazer os possíveis para ser segunda liga nesta concorrência de cinema de super-herois [“Morbius”, “Madame Web”].
Dança-se à música dos cifrões (ouve-se do alçapão “Dancing Queen” dos ABBA de esgueira) … Tom Hardy esforça-se e o resto, nem um músculo a mais, nem um músculo a menos.