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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Como em nossa casa ... só que "assombrada"

Hugo Gomes, 07.01.14

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Qualquer um mal habituado aos filmes de estúdio e aos “remakes à americana” vai profundamente desiludir-se com “The Innkeepers”. Esta premonição advém dos contornos classicistas com que esta aposta do terror é concebida, a começar pela introdução prolongada que solidifica e humaniza as personagens principais, retirando-as do conforto dos estereótipos do género. Após isto, a fita dirigida e escrita por Ti West adquire um tom iludido com a fórmula, posso adiantar que tudo o que facilmente encontrarão nos mais diversos produtos de êxito do género, desde o ritmo frenético aos sustos automáticos, das minuciosidades e do twist forçado, são deveras abandonados no desenrolar desta fita.

Uma velha história de fantasmas onde nos deparamos com o mais primitivo e ainda eficaz dos medos, o do desconhecido, algo simbiótico com o clima bem definido e suspenso deste hotel rural com claras alusões a “The Shining" de Stanley Kubrick. Sem a atmosfera propositada e contrafeita, “The Innkeepers” é cenicamente tão banal que chega a assustar, sensação que poderá proferir as diversas experiências sobrenaturais que são protagonistas, não dos filmes em si, mas dos relatos que podemos ouvir no nosso círculo de amizades. Após um hora de apresentações e estabelecimentos inerentes, a obra de Ti West desenvolve a intriga até por fim ceder a uma meia hora habilmente trepidante, onde finalmente deparamos-nos com os sustos que são invocados de situações fáceis mas sem “preguicites” dignas dos chamados filmes de estúdio. Convincente nesses termos, até mesmo no último minuto de fita.

Trata-se assim de uma fita “old school” ausente de originalidade e criatividade, porém volto a referir que é dentro dessa mesma banalidade que encontramos os seus trunfos. Com Sara Paxton a liderar um elenco profissional, “The Innkeepers" é talvez dos produtos mais sólidos do género que temos o privilégio de assistir nas salas de cinema deste ano.