A infinita tela de Roma
Ver Roma num pequeno ecrã deveria ser considerado um crime. É um violento ato de desprezar um filme minado de detalhe, de uma História sobre a estória que ocorre no canto dos nossos olhos (México transforma-se sob a mesma cadência que este seio familiar). Isto tudo para dizer que Alfonso Cuarón regressa à sua infância, aos cheiros e sons proustianos em prol de uma delicada produção, dos ecrãs sobre os ecrãs (magnifica cena no cinema) para germinar uma autêntica erva-rato. É que (regressando ao ponto inicial) ver Roma nos serviços streamings possui o mesmo efeito que hipoteticamente colocar a Capela Sistina num postal adentro (é Cinema sim, mas não no seu formato original).