50 Anos de "The Godfather": onde o Cinema começou para alguns ...
Cinquenta “aninhos”! Olhem só o quão crescido ele está! Para mim torna-se inevitável não associar “The Godfather” (“O Padrinho” em clássico português) como o grande instigador das minhas frentes cinéfilas.
Desde sempre que coloco esta obra cimeira de Francis Ford Coppola num ambiente de familiaridade, não insinuando com isto às tramas e subtramas que orbitam naquela família ligada ao crime organizado - a máfia com todos os rodriguinhos eternizados que isso acarreta - mas por ter sido aquele momento, com somente 14 anos e com apenas 5 minutos de filme (os créditos de Nino Rota a dar lugar à face de Salvatore Corsitto, que suplica por vingança em nome da sua filha a Marlon Brando, sob a veste do “gigante” Don Corleone), que consciencializei-me, pela primeira vez, sobre as possibilidades que a Sétima Arte teria para me oferecer (fora dos êxitos momentâneos que os meus colegas de escola referiam com êxtase ou das memórias evocadas por aquelas sessões de VHS juntamente com o meu pai). Sim, foi com “The Godfather”, o filme pelo qual despertei para o Cinema (com “C” grande para dar enfoque a uma galáxia ainda por explorar) propriamente dito. Ainda hoje, escrever sobre ele soa-me tarefa hercúlea e em certa parte ingrata, não para a obra em si, mas para o escriba e consequentemente para o leitor.
Praticamente tudo se conhece sobre “O Padrinho”, muita tinta correu sobre o seu legado (livros, ensaios), muitos olhares foram partilhados (documentários, comentários) e até mesmo a história dos seus bastidores está em vias de estrear sob a forma de romantizada ficção (num pequeno ecrã). Não é original nem motivador escrever ou sequer falar sobre o oscarizado trabalho de Coppola, mas com o seu quinquagésimo aniversário a ser celebrado (24 de março de 1972, o filme estreava nos cinemas norte-americanos), não posso deixar passar em “branco” esta oportunidade para agradecer àquela “oferta irrecusável” que foi o acesso direto à minha particular “escola de cinema” durante os meus “verdes anos”.