Real.: Lee Tamahori
Int.: Nicolas Cage, Julianne Moore, Jessica Biel
Cris Johnson (Nicolas Cage) tem um dom de prever o futuro num curto espaço de tempo, e isso beneficia de tal forma, para que este possa frequentar casinos e vencer sem perder um único tostão. A trabalhar como magico de nome artístico Frank Cadillac em Las Vegas, é perseguido por um agente da FBI (Julianne Moore) que encontra-se “quase” obcecada para utilizar o dom de Johnson para descobrir o paradeiro de uma bomba nuclear roubada e desaparecida algures nos E.U.A.
Next – Sem Alternativa é outra das inúmeras adaptações das obras literárias de Philip K. Dick, para quem desconhece foi a mente por detrás de filmes como Blade Runner e Relatório Minotário, desta vez o realizador encarregue de filmar a obra, é nada mais, nada menos que Lee Tamahori, não conhecem, então vou dar uma dica, não, aliás duas; The Edge com Anthony Hopkins e Alec Baldwin, convenceu? E então esta; XXX 2 - The State of Union, onde o "estiloso" Vin Diesel é substituido por um "semi-obeso" Ice Cube, pois bem, Lee Tamahori foi o homem por detrás do desastre da sequela do filme de Rob Cohen, uma prolongação de videojogo em forma de filme, mas é melhor não seguirmos por aí e ficarmos com este Next, que como produto cinematografico não tem muitas cartas a dar.
Estruturalmente Next é uma salada de temas muito mal misturados, onde as lacunas da lógica são substituídas por efeitos especiais á lá Matrix, de forma quase manhosa. O enredo secundário do filme está mais que revisto, parece ter saído de qualquer película protagonizada por Steven Seagal, que apenas difere nos ingredientes fantasiosos combinados com efeitos especiais preguiçosos. Ainda por cima estamos perante em mais uma enesima variação do irritante cliché de vilões não americanos, ou seja europeus neste caso (depois nós é que somos o papão), além de tudo estes não chegam mesmo a convencer, mesmo nada, com um espaço de antena tão curto como de um anúncio televisivo.
O que se pode aproveitar neste filme ridiculo é apenas o talento (ou pseudo) dos três protagonistas, destacando pelas duas interpretações femininas (Julianne Moore e Jessica Biel), a primeira com uma incursão agressiva da personagem Clarice Starling, que fora protagonizada por Jodie Foster em O Silêncio Dos Inocentes (o que valeu-lhe um Óscar) como também pela actriz na sequela Hannibal de Ridley Scott. Depois dos falhanços totais de The Forgotten e de Freedomland, é de louvar um regresso da actriz aos bons papéis desde The Children Of the Men de Alfonso Cuaron, só pena que a certa altura a sua personagem inicia uma fase quase decorativa, já para não falarmos do verdadeiro proposito da actriz de nome numa produção tão pastilha-elastica como esta. Quanto a Jessica Biel, a sua personagem é tão desenvolvida como um vulto, para disser a verdade o talento "nato" da actriz faz com que ela brilhe no grande ecrã (não sei se perceberam a ironia, mas o nato é apenas envolvente aos atributos fisicos), roubando o destaque mesmo ao lado de Cage, que por sua vez atravessa uma crise de idade no que requer á escolha dos seus papeis. Pois bem, é que depois dos desastres de Ghost Rider e The Wicker Man, este volta a não acertar o alvo, mais uma vez!
O filme de Lee Tamahori é uma obra inverosímil, risivel, chegando mesmo a ser aborrecido, o que não é bom neste tipo de produções. Julianne Moore não salva a pelicula e mais uma Philip K. Dick fica muito mal servido. Mais uma trapalhada a invadir as nossas salas, e com o nome de Nicolas Cage em cartaz.
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