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Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Cinematograficamente Falando ...

Quando só se tem cinema na cabeça, dá nisto ...

Mais uma rodada e quem paga é o caro Thomas …

Hugo Gomes, 28.04.21

Acontece surgir-nos filmes do qual ligamos emocionalmente, não permitindo-nos uma capacidade de exercer nele uma visão imparcialmente objetiva. Para esses casos, algo tem que ser dito e relembrado quanto ao papel da crítica e principalmente a da existência do crítico de cinema – não somos seres isentos de sentimentos, nem a expressão da crítica cinematográfica deve ser exclusivamente matemática, científica e puramente analista. Portanto, quando deparo com obras como este “Another Round”, o mais recente trabalho do dinamarquês Thomas Vinterberg (um dos fundadores do Dogma 95, ao lado de Lars Von Trier), torna-se umbilical a minha objetividade com o meu ser subjetivo (… agora, pauso, tomo o shot de whiskey que tinha meu lado e prossigo …).

Mais uma vez, Mads Mikkelsen (um fenómeno da natureza nórdica), o “parceiro do crime” de Vinterberg, é um professor … mas atenção, não é a “The Hunt” novamente replicada, mas antes o “caçado”, porque o nosso protagonista, Martin, é um “rascunho” tristonho de figura, aborrecida (como pergunta à sua mulher cada vez mais distante de si), e quanto à sua performance profissional, atrapalhada, sem rumo e gradualmente desesperada. O nosso professor não se orgulha da sua idade, o tempo não volta atrás como bem sabemos e os sonhos são concretizados ou simplesmente varridos das nossas projeções (… aqui tomava outro shot, mas julgo não ser a altura ideal). Contudo, é num jantar de anos, num convívio entre homens de meia-idade e amigos, seio familiar que suscita confissões anexadas a fragilidades, não apenas de Martin, e sim de todo o grupo. Desabafos que são motivados pelo sabor do álcool intercalado por petiscos e iguarias (… agora sim, pego no meu shot … mais um … estou pronto para continuar).

Tudo começa com uma ideia mirabolante que depressa se torna num possível escape. Segundo um filósofo dinamarquês o ser humano nasce com uma deficiência de 0,5 litros de álcool no sangue, o que seria crucial para uma vida mais confiante, divertida e mais apaixonada. Eis a receita para a felicidade, acreditam eles. Como qualquer experimento emborcado, os primeiros passos demonstram resultados favoráveis. Confiança que chegue para dar e vender, laços afetivos restaurados e uma nova perspetiva de vida. Nada mais que uma experiência científica … assim eles nos avisam de forma a afastarem da possível autodestruição.

A esta altura, enquanto vos escrevo, este filme consagrou-se com o (esperado) Óscar de Melhor Filme Internacional na 93.ª edição dos Prémios da Academia e segue em marcha para um eventual remake americano com produção de Leonardo DiCaprio (os americanos não podem ver nada, é um facto). Isto faz-me questionar quanto à preservação de algumas características do qual saliento nesta, negativamente conotada de, “história de bêbados”. Uma delas é a audácia de posicionar toda esta tragicomédia num universo puramente masculino, sem que isso o reduza à mera misoginia. Pois bem, a dita camaradagem e a própria dissecação dos contornos da masculinidade são enzimas que tornam esta história específica sem nunca perder os seus traços universais.

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É um “bromance” sim, como querem chamar, mas é antes disso tudo uma celebração à vida (designação atualmente convertida ao marketing do mesmo) com todas as suas dicotomias, ora cómica, ora dramática, o copo meio-cheio ou simplesmente meio-vazio, à escolha do freguês. Outro elemento que porventura dissipará na transladação yankee é a sua diversificada perspetiva quanto ao álcool, “Another Round” manifesta as suas diferentes influências desde a alegre alcoolémia até ao patológico alcoolismo. No final nada se julga, culpabilizar o álcool (que se banalizou na nossa sociedade) nunca foi o propósito Vinterberg, nem sequer comparar-se à enésima variação de “The Lost Weekend” (Billy Wilder, 1945).

Os moralismos hollywoodescos, que serão campos fáceis para a previsível nova versão, não tomam o seu devido “drink” na companhia destes veteranos aspirantes a “bon vivants”. Martin e comparsas vivem a sua boémia como causalidade da sua existência (bem, já me ia esquecendo com esta conversa toda, tenho que tomar o meu shot … cá vai). Assim, ouve-se nas beiras e estribeiras do porto, dos jovens na frescura e no otimismo dos seus respetivos percursos, embriagando através dos néctares de Baco, chafurdando nas suas tentações e sintomas salteados, os cânticos rompantes de que nada perdura mas que se deve ser aproveitado (desta maneira entra “What a Life” dos “Scarlet Pleasure”). Martin não é mais novo, porém, integra-se neste grupo festivo como um camaleão, encarando tal estado numa passagem, uma renúncia à sua mortalidade. Aliás, parafraseando Jean-Pierre Melville, em “À Bout de Souffle” (Jean-Luc Godard, 1960), como objetivo de vida – “ser imortal para depois morrer”.

Pelo que sabemos, a tragédia bateu à porta de Vinterberg a pouco tempo do início da rodagem, automaticamente virando uma possível comédia de “velhotes” que ousam sonhar com uma juventude embebida em martinis, numa superação ao seu luto, uma história pessoal e experiencial (não confundir com experimental) sobre o retomo da vida, à “normalidade” que foi configurando perante as mudanças. Nesta lufa-lufa de confinamentos e desconfinamentos, chegar a nós um filme assim, tão antiquado e igualmente vívido é um quasi-antídoto da melancolia contraída pelo nosso quotidiano.

Aliás, Cinema é também isto – sentimento – até porque é Vida. Então brindemos à Vida … mais um shot!

25 de Abril: "É para o senhor falar o que quiser"

Hugo Gomes, 25.04.21

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Sobre o 25 de Abril e a sua representação no audiovisual (de forma a expandir do território cinematográfico), existe um momento que sempre me faz palpitar o meu coração. Aconteceu no documentário “As Armas e o Povo”, do coletivo cinematográfico em 1975, um registo do célebre dia de 1974 até à concretização do primeiro 1º Maio no ano seguinte.

Aí, um dos representantes desse grupo - o cineasta brasileiro Glauber Rocha - corria pela festiva população lançando questões triviais de forma a despoletar sinceridades nos seus entrevistados. Um deles foi um ancião, emocionado com os festejos e ainda mais quando Rocha lhe dirige com o microfone na mão e o incentivo - “é para falar o que o senhor quiser”. Naquele momento, o dito senhor poucas ou nenhumas palavras consegue articular, cai numa candura, num silêncio imperativo, não pelo facto de não ter nada para dizer, mas porque nunca lhe foi solicitado a palavra, muito mais no que lhe bem apetecer. “Está muito emocionado o senhor”, ouve-se atrás dele, uma tentativa de lhe tomar a tal oportunidade, até que o idoso de bandeira na mão rompe esse mesma autocensura para “disparar” o seguinte discurso: “A mim parece inverosímil que após 50 anos de opressão e de falta de liberdade, o povo se tenha libertado dessa mesma opressão e que sinta hoje, nos últimos dias, uma alegria que é verdadeiramente indescritível.” No final, possivelmente influenciado pelo sotaque de Rocha, lança um cumprimento caloroso ao Brasil: “Saudades dos meus irmãos brasileiros, o qual estamos ligados pelo coração e pelo espirito …

Momento bonito, e eu que tenho um enorme pavor em usar tal “simplório” adjetivo, mas é em cenas captadas como estas que me transportam à mais sincera essência do 25 de Abril. Não um somente feriado, ou um data histórica do Portugal moderno, mas a destruição de certas e profundas amarras, simples, das quais hoje damos por garantidas, ou que nem sequer percebemos … por outro lado, tendo em conta o crescimento desinformado que por aí anda, nem um esforçamos fazemos para entender essa sensação. Aquilo que o referido senhor [o escritor Ferreira de Castro] sentiu no preciso instante em que foi abordado pelo cineasta, disfarçado de repórter, nunca o senti, e espero, felizmente, nunca o sentir.

Nada se perde com Christian Petzold, tudo se transforma

Hugo Gomes, 25.04.21

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Se me deixares, tenho te matar”, diz Undine Wibeau (Paula Beer), de forma desesperada, nunca deixando cair a sua aparência calculada e resistente, frente ao homem que amou (ou até cuja paixão continua a nutrir) a momentos deste abandoná-la. Contudo, o aviso / ameaça foi em vão, o jovem galopante desaparece deixando a nossa protagonista num tormento.

Historiadora e guia de ocasião, Undine instrui a turistas, estrangeiros ou meros curiosos, sobre a natureza arquitetónica da cidade de Berlim, referindo-se às suas mudanças no percurso da História assim como a sua génese, um pântano segundo as suas palavras. Acompanhamos o didatismo pregado em cumplicidade com as maquetas, automaticamente materializando em geografias reais. Aliás, é nesta transposição – da representação pelo “real” – que somos guiados aos propósitos deste “Undine”, o novo filme de Christian Petzold (um dos nomes maiores do cinema alemão contemporâneo), que após um “divórcio” com a sua musa Nina Hoss, navega por outras águas, ao encontro de novos marinheiros (Franz Rogowski) e de novas ondinas (Beer).

Depois de “Transit” (2018), a dupla serve de apoio a esta extração em tom fílmico (e fabulista), do corpo (a sua fisicalidade) a uma ideia, a uma imagem e a um mito, a fonte mineira deste romance hiperbólico, como o leitor pôde constatar na ameaça deixada no primeiro parágrafo do texto. Como todos os amantes, ou aspirante a estes, existe uma permanente sensação de pioneiros no comum dos territórios (“Porque que é que os amantes sempre pensam que estão a inventar o romance?“, ouvido, citado e traduzido em o “Portrait de la jeune fille en feu”, de Céline Sciamma, essa perdição de amores), um mundo criado, idealizado e sustentado até à sua rutura, o tal “armagedão” que leva qualquer um à sua extrema loucura. E para Undine, esse amor não morreu, nem sequer foi morto, transferiu (eis novamente a transposição) para outro corpo, outra face, outro … digamos … olhar.

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O que Petzold nos ensinou, em muito do seu cinema, é que nada morre, tudo é reciclado e incorporado em novas vivências, basta olhar para trás (como a personagem Undine exerce nos braços do seu novo amante, vendo o “antecessor” passar por ela), à dinastia de Nina Hoss – do inquietante “Yella” (2007) ao arrepiante “Phoenix” (2014) – para verificarmos a concretização de uma segunda oportunidade, de uma mudança e por vias disso, digamos, uma apropriação. Em “Undine”, passamos do amor murcho à mercê da sua dissipação para o colapso de um aquário (um “metafórico” cativeiro) e o nascer de um novo interesse. Assim, é reconstruída uma nova tragédia, com rasgos da sua mitologia, da sua fantasia disfarçada e ocultada na arquitetura berlinense e a liberdade proposta nas profundezas fluviais, um canto de sereia abafado pelo pântano que o seu ambiente transformou.

Undine torna-se Berlim, e Berlim torna-se Undine, uma cidade, um corpo, que não morre, simplesmente dá a vez a outro. Christian Petzold pode não ter aqui a essência bruta e já flexível da sua cooperação com Nina Hoss (saudades), mas sabemos que temos, não um desfecho, e sim, uma aurora. Um reinício do seu Cinema.

Não querendo banalizar um termo, por si só, tão banalizado, eis um belo filme.

Ó Tempo ... espero que reconheças Monte Hellman, o Livre!

Hugo Gomes, 22.04.21

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Monte Hellman e a atriz Shannyn Sossamon na rodagem de "Road to Nowhere" (2010)

Confio no tempo para resgatar e preservar Monte Hellman (1929 - 2021), que até então era visto somente como um escasso “fóssil vivo”. Do cineasta, a liberdade foi um dos seus cartões-de-visita, não somente a liberdade formal e temática dos seus projetos, mas também nas suas escolhas, porque para além de road-movies para nenhures (“Two-Lane Blacktop” a “Road to Nowhere” a distância é uma viagem atribulada), Hellman apostou em “westerns” bastardos (“The Shooting”, “Ride in the Whirlwind”), em lutas de galos (“Cockfighter”), em tiranos desfigurados (“Iguana”) e até no horror direct-to-video com o terceiro filme da saga “Silent Night, Deadly Night”, onde revelaria Laura Harring para os mais desatentos e, quem sabe, a David Lynch (que mais tarde a colocaria no centro do seu “Mulholland Drive”). Um currículo não extenso, e si longevo e diversificado.

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Two-Lane Blacktop (1971)

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The Shooting (1966)

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Road to Nowhere (2010)

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Silent Night, Deadly Night 3: Better Watch Out (1989)

"Minari", um conto americano

Hugo Gomes, 18.04.21

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A palavra “Minari” remete para uma comestível planta ribeirinha, que durante gerações serviu de cardápio à realeza coreana e hoje, para além de iguaria, funciona como um tradicional desintoxicante. Enquanto isso, o filme – “Minari” –, na sua simplicidade, funciona como uma alternativa aos "biopics" automatizados e dramas escancarados e pretensiosos que tantas vezes preenchem as ementas de Óscares.

Mas simplicidade não quer dizer simplório, e por vezes o económico (quer narrativo, quer interpretativo) é um trabalho emocionalmente árduo e complexo. Dirigido por Lee Isaac Chung, filho de imigrantes sul-coreanos nos EUA, “Minari” exorciza temas autobiográficos ou experiências identificáveis para nos trazer o drama de uma família deslocada do seu meio em busca do (célebre) sonho americano. E se esta é uma crença pregada por muito cinema americano, o filme tende em desintoxicar das toxinas deixadas por essa mesma ilusão, tal como a planta de que se apropria o título. Por si, esta é uma obra que nunca verga pela dicotomia do copo "meio cheio" e "meio vazio". Tanto o seu otimismo e negativismo em simultâneo fazem parte de um esquema "à la ying yang", um equilíbrio que une uma teia de afetos ou conflitos interiores, de tramas de imigrantes que poderiam ser as nossas.

Minari” aborda as adversidades sem as explorar. Indica as diferenças sem chocar. E fá-lo com uma sensibilidade empírica. O resto é uma produção que se quer “bonita”, virtuosa e de uma quotidianidade incansável. Desde a música de Emile Mosseri ("The Last Black Man in San Francisco") até à fotografia radiante de Lachlan Milne (da série "Stranger Things"), tudo está unido para erguer um projeto com todas as suas vertentes proustianas de invocar memórias passadas. Alguém nos disse que o seu trabalho técnico nos levava automaticamente à infância e talvez seja esse propósito que levou Lee Isaac Chung a abraçar "Minari" com todas as suas forças e carinhos – transformar o cinema na sua cápsula temporal.

... quando a maior das odisseias nasce dentro de nós.

Hugo Gomes, 14.04.21

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Não se trata aqui da evidência de outra Priscilla, a Rainha do Deserto, mas sim da história de superação (à sua maneira) de Monalisa, aliás, de Iván, dramaturgo e performer chileno que num certo dia partiu para Nova Iorque em busca de um “lugar” que lhe “cabe” por direito.

Mas o porquê de mencionar Iván, visto que o próprio o declara como uma peça do passado longínquo e sem direito, assumindo-se então a fisicalidade e espiritualidade de Monalisa, e com isso resistir para emancipar essa figura como sua fluida identidade? Não será esta invocação do passado, uma desvalorização de todo o ativismo interiorizado da protagonista? Não por uma somente questão de “génese”, nem de afronta à natureza desta, mas foi através do tal heterónimo masculino, repreendido e incompreendido de onde surgiu o arrojo e a coragem para se libertar das amarras sociais que o detém. Para falarmos de Monalisa, devemos abordar e nunca esquecer Iván, e é nele que devo começar por referir, como lagarta antes da crisálida.

O fascínio de Iván pela sua própria identidade, em construção durante a sua vivência no Chile de Pinochet, é o impulsor à sua luta. Entender que não basta dizer-se o que é, há que sê-lo e é no protagonista que deparamos nessa, como parecer soar, excentricidade na constante descoberta do seu ser. E como qualquer excêntrico, a vaidade é um requisito, nesta feita preenchida com a cumplicidade da sua ex-colega de faculdade, Nicole Costa (aqui na sua primeira longa-metragem), que o(a) persegue sob autorização, captando retalhos, confissões e recortes, preenchendo páginas de um diário visual e falado.

Mas se pensam que é a identidade, a transexualidade o tema e o exclusivo tratado desta … digamos viagem … enganam-se, até porque Iván, agora transformada em Monalisa, é um(a) provocador(a) e essa mesma provocação (como todas as provocações dignamente classificadas) não é consensual. Para sermos exatos, Monalisa é uma drag queen convertida ocasionalmente a trabalhadora de sexo, e com isso uma desafiadora do comummente aceite, seja dos ideais defendidos do conservadorismo castrador, seja do muito pensamento libertário (com alas à esquerda em xeque) que continuam a olhar para o território sexual como um manto patriarcal ou um campo de somente desiguais jogos de poder.

Mas como o jugoslavo / sérvio Dusan Makavejev citava no seu (ainda) não consensual “W.R. – Os Mistérios do Organismo” (1971), ecos mais tardes transportados para os recentes trabalhos de José Filipe Costa (“Prazer, Camaradas”) ou do galardoado Radu Jude (“Bad Luck Banging or Loony Porn”), a revolução social não pode acontecer sem a existência de uma revolução sexual. Nesse sentido, e como o sexo ainda é uma disputa na esfera social, política e até cientifica, “A Viagem de Monalisa” valoriza-se pela sua presença em resgatar essas lutas por vias da confiança e expressão do nosso(a/x) protagonista, onde as suas batalhas pessoais (em particularmente contra o sistema binário dos cartões de identidade) são pontos de fuga para que o espectador relacione com os seus dilemas identitários.

E porque há lutas internas a serem desferidas no externo, e assim, vice-versa, esquematizando a maior viagem de todas, a da nossa afirmação, o filme de Nicole Costa parte do intimismo para nos concentrar numa história global. Até certo ponto é a dicotomia Iván / Monalisa, mas no fundo é a universalidade a sua força vectora.

(Re)Começar ...

Hugo Gomes, 14.04.21

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Meses confinado e consumindo cinema doméstico, regresso ao Nimas sob o signo de "Beginning" de Déa Kulumbegashvili, o "Começo" em português (sim, eu sei, sou um privilegiado), com uma discreta felicidade e alívio. Não se trata de começar, mas de recomeçar ... De volta ao Cinema para o apoiar nesta incerteza que estará associada à resiliência.

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